Estudos/Studies

TÓPICO DOS ESTUDOS:

O ROTEIRO DO ÊXODO
O GALO REALMENTE CANTOU OU FOI MUSICAL?
TEMPLO CONSTRUIDO POR ZOROBABEL
A MESOPOTÂMIA, SUAS DIVINDADES E INÍCIO DA CIVILIZAÇÃO
A IDOLATRIA GREGA E ROMANA
PERÍODO INTERBÍBLICO


O ROTEIRO DO ÊXODO





Revista Ultimato


O GALO REALMENTE OU MUSICAL?





O TEMPLO CONSTRUIDO POR ZOROBABEL 

    Conforme predito por Isaías, profeta de Javé, este suscitou a Ciro, rei da Pérsia, como libertador de Israel do poderio de Babilônia. (Is 45:1) Javé estimulou também seu próprio povo, sob a liderança de Zorobabel, da tribo de Judá, a retornar a Jerusalém. 

   Fizeram isto em 537 AEC, depois de 70 anos de desolação, conforme Jeremias predissera, com o objetivo de reconstruir o templo. (Esd 1:1-6; 2:1, 2; Je 29:10). Esta estrutura, embora não fosse nem de longe tão gloriosa como o templo de Salomão, durou mais tempo, permanecendo por quase 500 anos, de 515 AEC até bem próximo ao fim do primeiro século AEC. (O templo construído por Salomão servira por cerca de 420 anos, de 1027 a 607 AEC.)

     No seu decreto, Ciro ordenou: “Quanto a todo aquele que restou de todos os lugares onde reside como forasteiro, auxiliem-no os homens do seu lugar com prata, e com ouro, e com bens, e com animais domésticos, junto com a oferta voluntária para a casa do verdadeiro Deus, que havia em Jerusalém.” (Esd 1:1-4) Ciro também devolveu 5.400 vasos de ouro e de prata que Nabucodonosor havia tomado do templo de Salomão. — Esd 1:7-11.

    No sétimo mês (etanim, ou tisri) do ano 537 AEC, o altar já estava erguido; e, no ano seguinte, foi lançado o alicerce do novo templo. Como Salomão fizera, os construtores contrataram sidônios e tírios para trazer cedros do Líbano. (Esd 3:7) A oposição, principalmente da parte dos samaritanos, desencorajou os construtores, e, depois de cerca de 15 anos esses opositores até mesmo incitaram o rei da Pérsia a embargar a obra. — Esd 4.

    Os judeus haviam parado a construção do templo e se voltado para outros interesses, de modo que Javé enviou seus profetas Ageu e Zacarias para incitá-los a renovar seus esforços, no segundo ano de Dario I (520 AEC), e, depois disso, expediu-se um decreto que apoiava a ordem original de Ciro e ordenava que se fornecesse dinheiro do tesouro real, para suprir as necessidades dos construtores e dos sacerdotes. (Esd 5:1, 2; 6:1-12) A construção foi reiniciada e a casa de Javé foi concluída no dia 3 de adar do sexto ano de Dario (provavelmente 5 de março de 515 AEC), após o que os judeus inauguraram o templo reconstruído e celebraram a Páscoa. — Esd 6:13-22.

     Pouco se sabe dos pormenores do projeto arquitetônico deste segundo templo. O decreto de Ciro autorizava a construção de certa estrutura, “sendo sua altura de sessenta côvados [c. 27 m], sua largura sessenta côvados, com três camadas de pedras roladas ao lugar e uma camada de madeiramento”. Não se declara o comprimento. (Esd 6:3, 4) Tinha refeitórios e salas de armazenagem (Ne 13:4, 5) e, sem dúvida, tinha câmaras no teto, e, possivelmente, havia outros prédios relacionados com ele, seguindo as mesmas linhas que o templo de Salomão.

     Este segundo templo não continha a arca do pacto, que parece ter desaparecido antes de Nabucodonosor ter capturado e saqueado o templo de Salomão, em 607 AEC. Segundo o relato no livro apócrifo de Primeiro Macabeus (1:21-24, 57; 4:38, 44-51) havia um único candelabro nele, em vez dos dez que havia no templo de Salomão; mencionam-se o altar de ouro, a mesa dos pães da proposição e os vasos, bem como o altar da oferta queimada que, em vez de ser de cobre, como era no templo de Salomão, é descrito aqui como sendo de pedra. Este altar, depois de ser maculado pelo Rei Antíoco Epifânio (em 168 AEC), foi reconstruído com pedras novas sob a direção de Judas Macabeu.

    Este templo não é descrito em pormenores nas Escrituras. A principal fonte de informações é Josefo, que viu pessoalmente a estrutura e relata a respeito de sua construção em The Jewish War (A Guerra Judaica) eJewish Antiquities (Antiguidades Judaicas). A Míxena judaica supre alguns dados, e umas poucas informações são obtidas da arqueologia. Portanto, a descrição aqui feita provém dessas fontes, que, em alguns casos, podem estar sujeitas a dúvidas.

Em The Jewish War (I, 401 [xxi, 1]), Josefo diz que Herodes reconstruiu o templo no 15.° ano de seu reinado, mas, em Jewish Antiquities (XV, 380 [xi, 1]) ele diz que foi no 18.° ano. Esta última data é geralmente aceita pelos peritos, embora o início do reinado de Herodes, ou como Josefo o calculou, não seja confirmado com absoluta certeza. O próprio santuário levou 18 meses para ser construído, mas os pátios, e assim por diante, estavam em construção por oito anos. Quando certos judeus se dirigiram a Jesus Cristo, em 30 EC, dizendo: “Este templo foi construído em quarenta e seis anos” (Jo 2:20), esses judeus falavam, aparentemente, sobre a obra que prosseguia no complexo de pátios e de prédios até então. A obra só foi concluída uns seis anos antes da destruição do templo, em 70 EC.

   Por causa de seu ódio e desconfiança contra Herodes, os judeus não lhe permitiram reconstruir o templo, como ele se propunha fazer, sem que antes tivesse tudo preparado para o novo prédio. Por este mesmo motivo, eles não consideravam este templo como o terceiro, mas apenas como um templo reconstruído, de modo que se referiam apenas a um primeiro e a um segundo templo (de Salomão e de Zorobabel).

    Quanto às medidas fornecidas por Josefo, o Dictionary of the Bible (Dicionário da Bíblia), de Smith(1889, Vol. IV, p. 3203), diz: “As dimensões horizontais que ele fornece são tão minuciosamente exatas que nós quase que suspeitamos de que ele tinha diante dos olhos, ao escrever, alguma planta baixa do prédio, preparada no departamento do intendente-geral do exército de Tito. Constituem um estranho contraste com as dimensões que ele fornece da altura, as quais, com raras exceções, pode-se mostrar que são exageradas, geralmente duplicadas. Visto que todos os prédios foram derrubados durante o sítio, era impossível culpá-lo de ter errado a respeito das alturas.”

      Josefo escreve que Herodes dobrou o tamanho da área do templo, ampliando as laterais do monte Moriá com grandes muralhas de pedra e nivelando uma área no topo do monte. (The Jewish War, I, 401 [xxi, 1]; Jewish Antiquities, XV, 391-402 [xi, 3]) A Míxena (Middot 2:1) diz que o monte do Templo era um quadrado de 500 côvados (223 m) de lado. Na beirada da área havia colunatas. O templo dava para o L, como os anteriores. Ao longo deste lado havia a colunata de Salomão, que consistia em três fileiras de colunas de mármore.

  Foi ali que, em dada ocasião, no inverno, certos judeus se aproximaram de Jesus perguntando se ele era o Cristo. (Jo 10:22-24) Ao N e ao O também havia colunatas, ananicadas pela Colunata Real ao S, que consistia em quatro fileiras de colunas coríntias, 162 ao todo, com três corredores. A circunferência das colunas era tão grande que exigia três homens de braços estendidos para abraçar uma delas, e elas eram muito mais elevadas do que as outras colunatas.

Havia evidentemente oito portões que davam para a área do templo: quatro do lado O, dois ao S, e um de cada lado, ao L e ao N. Por causa desses portões, o primeiro pátio, o Pátio dos Gentios, também servia como passagem, sendo que os viajantes preferiam passar por ele em vez de circundar a área do templo.

Pátio dos Gentios: 
    As colunatas cercavam a grande área chamada de Pátio dos Gentios, assim chamada porque se permitia que os gentios entrassem nele. Foi dali que Jesus, em duas ocasiões, uma delas mais para o início e a outra no fim de seu ministério terrestre, expulsou aqueles que tinham feito da casa de seu Pai uma casa de comércio. — Jo 2:13-17; Mt 21:12, 13; Mr 11:15-18.

    Havia diversos pátios pelos quais se passava ao dirigir-se ao prédio central, o próprio santuário. Cada pátio sucessivo tinha maior grau de santidade. Passando pelo Pátio dos Gentios, a pessoa encontrava um muro de três côvados (1,30 m) de altura, com aberturas para passagem. No topo havia grandes pedras que traziam um aviso em grego e em latim. A inscrição grega rezava (segundo certa tradução): “Que nenhum estrangeiro ultrapasse a barreira e a cerca em torno do santuário. Quem for apanhado fazendo isso, será responsável por sua morte que virá como conseqüência.” (The New Westminster Dictionary of the Bible[O Novo Dicionário Bíblico de Westminster], editado por H. Gehman, 1970, p. 932.) O motim que envolveu o apóstolo Paulo no templo aconteceu porque os judeus espalharam o boato de que ele trouxera um gentio para dentro da área proibida. Esse muro nos é trazido à lembrança, embora Paulo usasse o termo “muro” em sentido simbólico, quando lemos que Cristo “destruiu o muro” que separava o judeu do gentio. — Ef 2:14 n; At 21:20-32.

Pátio das Mulheres: 
    O Pátio das Mulheres se achava a 14 degraus acima. As mulheres podiam entrar ali para praticar a adoração. Entre outras coisas, o Pátio das Mulheres continha cofres do tesouro, perto de um dos quais Jesus se encontrava quando elogiou a viúva por ter dado tudo o que possuía. (Lu 21:1-4) Neste pátio havia também vários prédios.

 Pátio de Israel e Pátio dos Sacerdotes. Quinze grandes degraus semicirculares conduziam ao Pátio de Israel, ao qual tinham acesso os homens que estivessem cerimonialmente limpos. Junto à parede externa deste pátio havia câmaras de armazenagem.

    A seguir vinha o Pátio dos Sacerdotes, que correspondia ao pátio do tabernáculo. Nele havia o altar, feito de pedras não lavradas. De acordo com a Míxena, era um quadrado de 32 côvados (14,2 m) de lado em sua base. (Middot 3:1) Josefo dá uma medida maior. (The Jewish War, V, 225) Os sacerdotes chegavam ao altar por meio dum plano inclinado. Usava-se também uma “bacia”, segundo a Míxena. (Middot 3:6) Ao redor deste pátio também havia prédios.

O prédio do templo. 
     Como o anterior, o templo em si consistia basicamente em dois compartimentos, o Santo e o Santíssimo. O piso deste prédio se situava a 12 degraus acima do Pátio dos Sacerdotes. Como no templo de Salomão, construíram-se câmaras nas laterais deste prédio e havia uma câmara superior. A entrada era fechada por portas de ouro, cada qual de 55 côvados (24,5 m) de altura e 16 côvados (7,1 m) de largura. A parte dianteira do prédio era mais larga do que a de trás, tendo asas ou “rebordos” que se estendiam por 20 côvados (8,9 m) de cada lado. O interior do Santo tinha 40 côvados (17,8 m) de comprimento e 20 côvados de largura. No Santo havia o candelabro, a mesa dos pães da proposição e o altar do incenso — todos de ouro.

    A entrada do Santíssimo era uma grossa cortina, ou véu, lindamente ornamentada. Por ocasião da morte de Jesus, esta cortina se rasgou em duas partes, de alto a baixo, expondo o Santíssimo como não contendo a arca do pacto. Em lugar da arca havia uma laje de pedra em que o sumo sacerdote aspergia o sangue no Dia da Expiação. (Mt 27:51; He 6:19; 10:20) Este compartimento tinha 20 côvados de comprimento e 20 de largura.

Os judeus utilizaram a área do templo como cidadela, ou fortaleza, durante o cerco romano contra Jerusalém, em 70 EC. Eles mesmos atearam fogo nas colunatas, mas um soldado romano, contrariando a vontade do comandante romano, Tito, ateou fogo ao próprio templo, cumprindo assim as palavras de Jesus referentes aos prédios do templo: “De modo algum ficará aqui pedra sobre pedra sem ser derrubada.” — Mt 24:2;
 The Jewish War, VI, 252-266 (iv, 5-7); VII, 3, 4 (i, 1).


1. A MESOPOTÂMIA, SUAS DIVINDADES
 E INÍCIO DA CIVILIZAÇÃO

    Mesopotâmia, em grego, quer dizer "terra entre rios"; e refere-se à região localizada no Oriente Médio, entre os rios Tigre e Eufrates, onde atualmente é o Iraque.
     Formava a ponta do "Crescente Fértil", o arco de terra habitável que se estendia a oeste através da Síria, e para o sul em direção à Palestina e ao Egito.

O INÍCIO DA CIVILIZAÇÃO
                         
A) Região Mesopotâmica foi berço de muitas civilizações antigas: os Sumérios e os Babilônios ao sul; os Assírios ao norte e, mais tarde, os Persas a leste.

B)     Nos tempos antigos, por causa da sua riqueza natural, que sempre atraiu os povos procedentes
     das regiões vizinhas mais próximas, a região conhecida como Mesopotâmia foi alvo de muitas migrações e conquistas.                                                                                                                                                                                                   
C)   As comunidades mais antigas que surgiram datam de 7000 anos a.C, e a partir de 6000 a.C. começaram a aparecer às civilizações que se tornariam as cidades do IV milênio a.C.

D)       A primeira povoação da região é provavelmente Eridu, embora o exemplo mais notável seja Uruk (a Ereque Bíblica – Gn. 10.10), ao sul, onde os Templos de adobe eram decorados com refinada metalurgia e pedras lavradas.
A)     No início do seu florescimento, na Mesopotâmia, doenças, fome e seca eram vistas como as faces zangadas dos deuses. Ainda que aparentemente não houvesse a concepção de "Demônios", havia uma distinção entre os deuses bons e aqueles encarregados de espalhar o Mal aos homens e à Natureza, segundo cada espécie.

B)     Havia o grupo que cuidava de espalhar as doenças contagiosas (lepra e malária), o grupo que influenciava na Natureza (vendavais, secas) e o grupo que influenciava o comportamento do homem (raiva, ódio, fúria, epilepsia, distúrbios mentais).

C)     Para cada grupo específico havia os "Sacerdotes", homens estudados e preparados para apaziguá-los por meio de rituais, magias, sacrifícios e chás preparados com ervas próprios. Havia, entretanto, o maior de todos, que nenhum Sacerdote conseguia derrotar: o deus da morte que atemorizava principalmente as gestantes e crianças recém-nascidas.

D) Claro que o índice de mortalidade infantil era muito elevado nesta região e época, e isto era atribuído a um ser espiritual horrível que não poupava as crianças de viverem. Este "deus" era concebido sob a forma de uma serpente. Por outro lado, a chuva e a boa colheita representavam proteção dos deuses. 


OS POVOS DA MESOPOTÂMIA

                                                                                 Mesopotâmia atual

                     Mesopotamia antiga
 








      A)     Mesopotâmia: Sumérios, Acádios, Babilônios, Assírios, Caldeus, Persas: São Sociedades Antigas que vêm desde a Pré-História, e que se desenvolveram na Mesopotâmia. Aqui surgiram Povos e Civilizações tão antigas quanto à do Egito.

B)      Os Sumérios foram os primeiros de importância na região; depois vieram os Semitas (Acádios, Babilônios, Assírios). Por fim, os Caldeus e os Persas. Estes são os mais importantes e de quem falaremos a seguir.

(Estudo, pesquisa, registro e comentários: Elias Lins Silva)



  OS SUMÉRIOS (3.000 a.C)

 A)     Os Sumérios (na bíblia Sinear; Babilônia - Gn 10.10) constituíram a primeira civilização influente a estabelecer-se na Mesopotâmia, em torno de 3000 a.C. Pouco se sabia sobre eles até 1970 quando tabuletas de argila foram encontradas em Ebla, na atual Síria, revelando uma cidade-estado bem organizada. 

B)     Tudo indica que os Sumérios – “o povo de cabeças negras” - descendem de Sabtecá, filho de Cuxe; filho de Cão; filho de Noé (Gn. 10. 7).

C)     Foram eles provavelmente os responsáveis pela primeira cultura urbana, que se estendeu até o norte do Eufrates.

D)     Outras Povoações Mesopotâmicas importantes foram Adab, Isin, Kish, Larsa, Nippur e Ur; construída por Ur-Nammu; mais ou menos no ano 2000 a. C.

E)      Os sumérios tinham quatro divindades fundamentais conhecidas como deuses criadores: Na, deus do céu; Ki, deusa da terra; Enlil, deus do ar, e Enki, deus da água.  São os deuses mais primitivos da Suméria.
- Note a veneração aos quatros elementos céu, terra, ar e água.

F)      Próximas em importância às deidades criadoras estavam as três divindades celestiaisNanna, deus da lua; Utu, deus sol; e Inanna, rainha dos céus.

G)     Nin-ur-sag, também chamada de Nin-mah ou Aruru, a senhora da montanha, também era cultuada. A hierarquia entre esses deuses muda com o tempo.

H)     No início da civilização Suméria, Anou ocupa a principal posição. Depois, o deus supremo passa a ser Enlil, considerado o regente da Natureza, o senhor do destino e do poder dos Reis. Por sinal, o Rei assumia papel divino. Os antigos sumérios procuravam obter as graças divinas por meio de sacrifícios regulares e oferendas. Cada deus tinha sua festa especial.

    I)        Aos sumérios se deveu a evolução dos primeiros cultos à natureza até a criação de um complexo panteão antropomórfico encabeçado por Anu -- deus dos céus a quem os acádios chamariam Anum.


   J)         Os Sumérios foram os primeiros a inventar a escrita - os caracteres cuneiformes. Descobertas arqueológicas e a decifração da escrita cuneiforme têm revelado as tradições culturais e religiosas desses povos. 











OS ACÁDIOS (2.330 a.C)

1.      Em 2330 a.C a região foi conquistada pelos Acádiosno reinado de Sargão da Arcádia ou Sargão I, que estenderam seu domínio sobre a Suméria, unificando toda a Mesopotâmia.

2.      Acádia (ou ÁgadeAgadeAgadêAcade ou ainda Akkad) é o nome dado tanto a uma cidade como à região onde se localizava, na parte superior da baixa Mesopotâmia, situada à margem esquerda do Eufrates, entre Sippar e Kish (no atual Iraque, a cerca de 50 km a sudoeste do centro de Bagdá). Geralmente, contudo, é comum referir-se à cidade como Ágade (ou Agade), e à região como Acádia.

3.      Os Acádios, provavelmente, são descendentes de Arã, filho de Sem; filho de Noé (Gn 10. 22).

4.      Os acádios, grupos de nômades vindos do deserto da Síria, começaram a penetrar nos territórios ao norte das regiões sumérias, terminando por dominar as cidades-estados desta região por volta de 2550 a.C.. Mesmo antes da conquista, porém, já ocorria uma síntese entre as culturas suméria e acádia, que se acentuou com a unificação dos dois povos.

5.      Os ocupantes assimilaram a cultura dos vencidos, embora, em muitos aspectos, as duas culturas mantivessem diferenças entre si, como por exemplo - e mais evidentemente - no campo religioso.

6.      Impressionantes Santuários foram construídos no período de 2121-2004 a.C, no período chamado Terceira Dinastia de Ur.

7.      Declinou-se novamente a Civilização vigente, quando caíram sob o domínio de Hamurabi (1799-1750 a.C), quando a região foi conquistada pelos Babilônios. Sumérios e Acádios perderam sua independência.
Ishtar
8.      É bastante provável que o nome não-semítico "Agade" signifique "coroa (ago) de fogo (de)" em alusão a Ishtar, a "deusa brilhante" ou "refulgente", a divindade tutelar da estrela da manhã e do entardecer e deusa da guerra e do amor (VênusAfrodite), cujo culto era praticado nos absolutos primódios da Acádia.

(Estudo, pesquisa, registro e comentários: Elias Lins Silva)


OS BABILÔNIOS (1.792 a 1.595 a. C.)

A.     Os Babilônios decendem de Nimrode, um dos filhos de Cuxe, filho de Cão (Gn 10.6-8; 1º Cr 1.8-             10).

B.      Os Babilônios (e posteriormente os Assírios) incorporaram os deuses Sumérios apenas trocando seus          nomes e alterando a sua hierarquia.



C.      Anou, Enki e Enlil permaneceram como deuses principais. Mas muitos outros deuses eram venerados pelos Babilônios: por exemplo, Sin, o deus-lua; e Ishtar ou Astarte, deusa do dia e da noite, do amor e da guerra.



D.     No Reinado de Hamurabi, o deus Supremo passa a ser Marduk, o mesmo Enlil dos Sumérios, porém mais poderoso. Chamado de "pai dos deuses", ou criador. Marduk sobrevive com o nome de Assur, deus supremo da Assíria, quando esse povo domina a Mesopotâmia.




MARDUK, O “DEUS” SUPREMO DA BABILÔNIA



A.     Marduk, deus da Babilônia, deus supremo; é elevado a deus principal pelo "Código de Hamurabi". Este código também estabelecia as leis que regiam a vida e propriedade dos súditos do imperador Hamurabi.



B.      A Religião de Marduk converteu-se na última das grandes sínteses das correntes espirituais mesopotâmicas. Nesse sentido, o Sincretismo ganhou importância. A figura de Marduk (Baal ou Bel) tinha dois rostos, correspondendo à sua dupla personalidade, como filho do sol e deus da magia, e filho das águas profundas.



C.      A primeira forma do culto consistia na oração e na liturgia de atendimento aos deuses. Estes como os mortais, deviam comer e beber, dormir e amar.  Oferendas diárias deveriam ser oferecidas aos deuses, suas imagens expostas como forma de proteção, seus símbolos usados como sinal de bom agouro.



D.     Marduk foi dotado dos atributos dele mesmo associado aos das divindades Sumérias daqueles centros: notavelmente Enki, de Eridu; e Enlil, de Nippur.


E.      Para os Babilônios, a hora da morte também era uma decisão dos deuses, e o mundo dos mortos consistia num universo de sombras e trevas que se esvaíam, como uma prisão sem saída. Ao que parece, a primeira menção a demônios (seres puramente maus, ao contrário da crença de que o Bem e o Mal residiam no mesmo ser) vem da Babilônia.

F.       Os babilônios acreditavam que todo o mal, físico ou psíquico, ligava-se ao pecado ou ocorria por ação de demônios, instigados por feiticeiros. Talvez fossem deuses maus que podiam ser comandados por feitiços como ocorre na Umbanda, Quimbanda e Candomblé.

G.     A prática rudimentar da consulta aos horóscopos também é de origem babilônica, mas acabou por se tornar popular em toda a Mesopotâmia. O horóscopo, sistema que relaciona datas e lugares geográficos à posição dos astros, passou a ser usado para previsões do futuro.

CONHECENDO OS ZIGURATES:

      1)       Sabemos também da existência das Torres Escalonadas - Zigurates, típicas construções religiosas dos Babilônios da Mesopotâmia, e também da existência de Templos.

2)  O elevado Templo na plataforma mais alta estaria organizado como uma seqüência de salas em torno de      um pátio descoberto.

3)      Aí estavam as "capelas" dos grandes deuses, o leito monumental de Marduk e, no lado oposto, o seu trono.

4)      O terreno do Zigurate era o epicentro vital da Cidade de Babilônia, e, a partir daí, do Império como um todo. Nele, onde Céu e Terra estavam conectados, os deuses pairavam em elevada segurança acima dos mortais e seu território.

5)      Ali, o Zigurate podia ser contemplado como um "Pilar Cósmico" que assegurava a continuidade da Nação.

   6)      A ideologia religiosa dos Babilônios envolvia um sem número de personalidades divinas, governado por deuses arbitrários, bons e ruins. Nesse contexto sociológico, erguia-se um complexo sistema de relações, no qual incluía o culto, o exorcismo e a magia.

   7)      Nippur, Sippar, Assur, Nínive, Ur, Acádia, e Babilônia, eram algumas das cidades importantes do Império Babilônico que se estabeleceu na Mesopotâmia.

8)      Os Babilônicos tinham muitos deuses e deusas, os quais se comportavam de maneira estranha algumas vezes, exercendo tanto o Bem quanto o Mal, de acordo com seus humores. Daí surgiu muitos Rituais que tinham por objetivo satisfazer aos deuses, ou aplacar-lhes a ira.

9)      A relação com os deuses é marcada pela total submissão às suas vontades, mas estes por vezes podem manifestá-las através de sonhos e de oráculos. Importante: perceba que segundo estas crenças antigas, o Bem e o Mal habitavam em um só personagem.

(Estudo, pesquisa, registro e comentários: Elias Lins Silva)




SATANÁS INFLUENCIANDO NA ORIGEM DAS CIDADES (GÊNESIS):

A)     Decorria apenas a segunda geração depois do Dilúvio quando um homem chamado Ninrode organizou os povos em cidades. Primeiro veio a torre de Babel e a cidade da Babilônia.

B)     Depois Nínive e outras cidades, que se tornaram estados. Deus tinha fixado os limites das nações com o propósito de segregar (separar) as raças.



A SEGUIR CITAMOS UM TRABALHO DE TESE DE C. PAUL MEREDITH TITULADO “O GRANDE ENGANO DE SATANÁS” (páginas 14-16):

1.      “Todo mundo depois do dilúvio sabia de Deus e sabia por que ele tinha afogado aos maus”.

2.      “Ao princípio temeram fazer o mal… Os homens viviam… sem cidades e sem leis, e todos falavam um mesmo idioma Este grupo, composto dos únicos povos na terra (porque Deus tinha destruído os outros no Dilúvio), começou a emigrar desde os Montes de Ararat (Gênesis 8:4), onde tinha encalhado a arca: “Havia então toda a terra uma só língua e uma só fala”. 

(Gênesis 8:4) - E a arca repousou no sétimo mês, no dia dezessete do mês, sobre os montes de Ararat.

3.      “Este povo, conhecido agora como os Sumérios, atravessou as montanhas do oriente e chegaram a uma planície fértil constituída pela inundação dos rios Tigre e Eufrates”.

(Gênesis 11:1-2) - E ERA toda a terra de uma mesma língua e de uma mesma fala. 2  E aconteceu que, partindo eles do oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e habitaram ali.

4.      “Esta terra de Sinar se conhece hoje como a antiga Babilônia. Era uma terra que produziria em abundância tudo o que desejassem… Este povo, tal como Adão e Eva, desobedeceu a Deus e colheu problemas”.

5.      “A terra era fértil, mas os animais selvagens se multiplicavam mais ràpidamente que as pessoas, devido à destruição da antiga civilização, pelo Dilúvio”. Como as suas armas eram primitivas, a vida e os bens corriam grande perigo (Êxodo 23:28-29). O que poderia ser feito?”

  (Êxodo 23:28-29) - Também enviarei vespões adiante de ti, que lancem fora os heveus, os cananeus, e os heteus de diante de ti. 29 Não os lançarei fora de diante de ti num só ano, para que a terra não se torne em deserto, e as feras do campo não se multipliquem contra ti.

6.      “Ninrode, filho de Cush, era um homem grande e forte que se tornou um grande caçador. Foi ele que reuniu as pessoas e as organizou para lutar contra estas bestas ferozes. “Ele foi um poderoso caçador diante do Eterno” (Gênesis 10:8-9)”.

  (Gênesis 10:8-9) - E Cuxe gerou a Ninrode; este começou a ser poderoso na terra. 9 E este foi poderoso caçador diante da face do SENHOR; por isso se diz: Como Ninrode, poderoso caçador diante do SENHOR.
7.      “Em outras palavras, o nome do Ninrode era conhecido em qualquer parte pelo seu poder. Depois do Dilúvio libertou as pessoas do temor às feras. A sua fama cresceu. Ele se converteu em líder. Ele era ambicioso (Ge 10.10)”.

(Gênesis 10:10) - E o princípio do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar.
  
a.        - Mardoque ou Marduk; declarado deus supremo da Babilônia, por volta do ano 2000 a.C.
b.        - É chamado de Merodaque pelos hebreus (Isaías 39:1; Jeremias 50:2; II Reis 25:27).

BABILÔNIA; A PRIMEIRA CIDADE

A)     Em lugar de lutar continuamente contra os animais selvagens, havia uma melhor maneira de proteger as pessoas. Ninrode construiu uma cidade, rodeou–a de um alto muro e reuniu as pessoas dentro dela. Assim estavam protegidos e Ninrode podia governar sobre eles.

B)     Esta decisão foi do agrado do povo, pois disseram: “Vamos, pois, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus, e nos façamos um nome, para não sermos espalhados sobre a face de toda terra” (Gênesis 11:4). O povo não somente se protegeu contra as feras construindo uma cidade amuralhada, mas também estabeleceu a sua própria autoridade: “nos façamos um nome”.

C)     Este seria um lugar central de autoridade humana—onde não se reconheceria a necessidade de obedecer a Deus! Ninrode era o seu líder. Além disso, construíram uma torre cujo topo deveria “chegar ao céu”.

D)     Com uma torre assim poderiam fazer o que quisessem—poderiam desobedecer a Deus e estar a salvo do seu castigo, o qual tinha afogado os anteriores habitantes da terra.

E)      Este foi o primeiro ato humano de aberta rebeldia contra Deus depois do Dilúvio — eles acreditaram que se tinham colocado fora do alcance de Deus e que podiam desobedecer-lhe.

F)      Eles, tal como Satanás, acreditaram que “podiam subir acima das mais altas nuvens”, que chegariam a ser “semelhantes ao Altíssimo” (Isaías 14.14): 

“Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo”.

G)     Cush, pai de Ninrode, teve muito que ver com a construção desta torre e da cidade. Estes povos, que tinham uma mesma língua, pertenciam a três raças ou famílias: a branca, a amarela e a negra.

H)     Deus tinha fixado as fronteiras das raças, estabelecendo assim a segregação geográfica em paz e harmonia, mas sem discriminaçãoMas o povo queria ser um povo amalgamado (ficar “unido” no mesmo lugar).

I)        Um dos objetivos da torre de Babel era para uni-los e impedir a sua dispersão em uma segregação geográfica racial. Eles construíram uma torre, para não sermos espalhados sobre a face da terra” (Gênesis 11:4); em uma segregação (ato ou efeito de separar) geográfica.

J)       Mas Deus os observou e disse: “Eis, que o povo é um só, e todos eles têm uma só linguagem; e isto eles começaram a fazer: e nada os fará desistir de fazer agora o que têm imaginado” (Gênesis 11:6).  Portanto Deus confundiu as suas linguagens e “os espalhou… sobre a face de toda a terra” (Gênesis 11:8):

Assim o SENHOR os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade.


PROSSIGAMOS COM O TRABALHO DE TESE DE C. PAUL MEREDITH  (páginas 16-17, 25-29):

1)      Então Ninrode “se tornou no primeiro poderoso” na terra, um “vigoroso caçador diante do Eterno” [Gênese 10.8-9] no sentido de governante. (A palavra hebraica traduzida como “poderoso” é gibborque significa “tirano”. (Ver Concordância Bíblica de Strong.)

2)      “Ninrode se converteu em tirano do povo. Ele fazia as leis. Além disso, era “poderoso … diante do Eterno”. (A palavra hebraica paniym traduzida aqui como “diante” deveria traduzir- se como “contra”—ver a Concordância bíblica de Strong.) “

3)      “A Bíblia diz que Ninrode estava contra Deus!… Ninrode continuava a crescer em poder, mas o desejo inato do povo por render culto religioso, tem de ser satisfeito. Ninrode e os seus seguidores se opunham contra o verdadeiro DeusQueriam glorificar a Deus ao seu próprio modo! “

4)      “Trocaram a glória do Deus incorruptível em imagens feitas à semelhança de… répteis” (Romanos 1:23)—a serpente e demais criaturas criadas por Deus”.

 (Romanos 1.2) - E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.

5)      “Eles deveriam ter adorado a Deus em espírito e em verdade, e não através de ídolos” — Êxodo 20:4-5 e João 4:24.

(Êxodo 20:4-5) - Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. 5 Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.

(João 4:24) - Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.
6)      “Com o seu grande poderio civil, Ninrode se constituiu sacerdote do culto do povo a fim de exercer mais poder sobre eles e situar-se pouco a pouco no lugar do Deus verdadeiro”.

7)      “Noé, o pregador de justiça (2º Pedro 2:5), manteve-se firme e teve o apoio decidido do seu filho Sem. Enquanto Ninrode ampliava o seu reino ràpidamente, havia oposição contra Sem, o representante de Noé. Ninrode se tornou no representante das forças do mal ao opor–se a Sem”.

(II Pedro 2:5) - E não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, pregoeiro da justiça, com mais sete pessoas, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios;

8)      “Sem, homem de grande eloqüência, conseguiu, conforme se diz a ajuda de um grupo de egípcios o qual venceu a Ninrode. A morte de Ninrode ao que parece pôs fim ao culto pagão que ele tinha iniciado”.

9)      “Ninrode tinha sido um homem de ambição sem limites, a ambição de Semíramis - futura “Rainha do Céu” (Jeremias 7:18)—era ainda maior. Ninrode se tinha convertido na maior e mais poderosa figura do mundo”.

(Jeremias 7:18) - Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres preparam a massa, para fazerem bolos à rainha dos céus, e oferecem libações a outros deuses, para me provocarem à ira.

10)    “Agora ele estava morto. Ela viu que para obter a posição e o poder do homem mais poderoso da terra, teria que fazer algo para assegurar o seu poder. 

11)   O reino do Ninrode, que consistia na maior parte do mundo habitado, tinha ficado em suas mãos. Grande “parte do poder do Ninrode se devia ao fato de ele se haver constituído em representante humano do Deus-Sol”.

12)   “Ela tinha que conservar este domínio mundial por qualquer meio. Teria que aproveitar o controle religioso que tanta força lhe tinha dado [a Ninrode] para seguir dominando os seus súditos.


13)   A etimologia de Babilónia deriva do termo grego Babylon, forma grega do acádio Babilum, que significa "Porta de Deus". Na Bíblia a região é chamada Babel.

(Estudo, pesquisa, registro e comentários: Elias Lins Silva)




TORRE DE BABEL

A)     O mais interessante nisso tudo é que Babilônia, como sabemos, não foi uma das cidades mais antigas da Mesopotâmia. Existem poucas provas de que ela fosse mais do que um lugarejo antes do período Babilônio Antigo, época do primeiro Reinado, que começou com Hamurabi (1799-1750 a.C), época em que a cidade floresceu. Mas nesse novo período, Babilônia foi considerada uma das Potências Mundiais, com os Hititas e Egípcios.

B)     Havia o projeto de transformar a Cidade de Babilônia numa Metrópole consideravelmente grandiosa para representar as aspirações de um Império. Esse vasto empreendimento levaria 43 anos para ficar pronto. E-sagila, o Templo de Marduk, foi seu edifício mais notável;  Etemenanki - o Grande Zigurate; de aproximadamente sete andares.

C)     Suas dimensões asseguravam que este edifício era, de fato, o maior Zigurate construído na Mesopotâmia e representava o triunfo da Babilônia sobre seus inimigos. Tais Edificações Monumentais, torres escalonadas que chegavam até os deuses do céu, tornaram-se símbolos do Período Neobabilônico. Mesmo assim, há poucos indícios de que fossem degraus para a imortalidade.

D)     O objetivo principal realmente estava ligado ao "serviço religioso", fosse lá o que acontecesse naquele monumento! Mais tarde, Etemenanki se tornou conhecido como "Torre de Babel", ou, pelo menos, foi associada ao que teria sido a Torre de Babel, talvez pelo tamanho, a altura, a magnificência da arquitetura.

E)      A Torre-Templo Suméria de Nannao deus da Lua, em Ur, poderia ter sido um modelo prévio da Torre de Babel. Ur é tradicionalmente identificada como o sítio Tell el-Muqayyar, no sul da Mesopotâmia. Foi exaustivamente escavado, e entre suas descobertas, encontrou-se o Zigurate construído por Ur-Nammu, o fundador da Terceira Dinastia de Ur, no final do III milênio a.C.

F)      Mas foi a visão monumental e impressionante que os Judeus tiveram do Grande Zigurate, o Templo de Marduk na Babilônia, é o que a narrativa Bíblica provavelmente cita. Ele causou uma grande impressão aos exilados, que jamais seria esquecida!

G)     Flavio Josefo escreveu: "Pouco a pouco, transformou o estado de coisas numa tirania, sustentando que a única maneira de afastar os homens do temor a Deus era fazê-los continuamente dependentes do seu próprio poder. Ele ameaçou vingar-se de Deus, se Este quisesse novamente inundar a terra; Ninrode construiria uma torre mais alta do que poderia ser atingida pela água e vingaria a destruição dos seus antepassados. O povo estava ansioso de seguir este conselho, achando ser escravidão submeter-se a Deus; de modo que empreenderam construir a torre [...] e ela subiu com rapidez além de todas as expectativas." — Jewish Antiquities (Antiguidades Judaicas), I, 114, 115.

H)     De acordo com estudiosos teológicos, Semíramis fora esposa de Ninrode, um dos primeiros homens mais poderosos do mundo (Gênesis 10:8-12).

I)        Semíramis ficou conhecida como "rainha dos céus", nome de uma divindade idolatrada no Oriente Médio durante a Idade Antiga. Segundo alguns historiadores e etimólogos, Semíramis em acadiano significa pomba. De acordo com uma lenda, ela não morreu, e sim foi ascendida ao céu em forma de pomba.
  

GOVERNOS BABILÔNICOS EM CONTATO COM OS ISRAELITAS

1.      Em 625 a.C. a independência da Babilônia foi finalmente consolidada por Nabopalusur, conhecido dos gregos pelo nome de Nabopolassar (pai de Nabucodonosor); que provavelmente era oficial do tempo dos Assírios.

2.      Auxiliado pelos caldeus, Nabopolassar apoderou-se de Babilônia, proclamou-se independente da Assíria, aliou-se com os medos e lançou os fundamentos do Grande Império Babilônico.  Reinou desde o ano 625 até 605 a.C.

3.      Nabucodonosor subiu ao trono em 605 a.C. após a morte de seu pai, e reinou 44 anos. Antes da morte de seu pai, havia derrotado os egípcios com grande mortandade na Batalha de Carquemis (2º Rs 24.7; Jr 46.2).

(II Reis 24:7) - E o rei do Egito nunca mais saiu da sua terra; porque o rei de Babilônia tomou tudo quanto era do rei do Egito, desde o rio do Egito até ao rio Eufrates.

(Jeremias 46:2) - Acerca do Egito, contra o exército de Faraó-Neco, rei do Egito, que estava junto ao rio Eufrates em Carquemis, ao qual feriu Nabucodonosor, rei de Babilônia, no ano quarto de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá.

4.      Nabucodonosor ou Nabukudurri-usur (em assírio e babilônico), quer dizer: Nebo defensor dos limites.

NEBO
- Nome de uma divindade derivada da palavra semítico-babilônica NABU, sendo anunciador;
- Sendo geográfico, pode representar o lugar onde se adorava o deus Nebo;
- Nome de deus de Babilônia que presidia às ciências e à literatura, venerado na cidade de Borsipa, perto de Babilônia, cujas imagens eram objeto de adoração no tempo de Isaias (Is 46.1).

5.      Após as suas conquistas, o Reino de Judá se tornou tributário de Nabucodonosor durante três anos, quando se revoltou (2º Rs 24.1).
(II Reis 24:1) - Nos seus dias subiu Nabucodonosor, rei de Babilônia, e Jeoaquim ficou três anos seu servo; depois se virou, e se rebelou contra ele.

6.      Nabucodonosor regressa à Palestina, sufocou a revolta, pôs a ferros o rei e o enviou cativo para a Babilônia, e pôs outro rei no seu trono (2º Cr 36.6, 10).
(II Crônicas 36:6) - Subiu, pois, contra ele Nabucodonosor, rei de Babilônia, e o amarrou com cadeias, para levá-lo a Babilônia.

(II Crônicas 36:10) - E no decurso de um ano enviou o rei Nabucodonosor, e mandou trazê-lo a Babilônia, com os mais preciosos vasos da casa do SENHOR; e pôs a Zedequias, seu irmão, rei sobre Judá e Jerusalém.

7.      Zedequias, rei de Judá, conservou-se fiel durante cerca de oito anos, findos os quais tentou, tentou a sua independência, auxiliado por forças do Egito (Jr 37.5).

(Jeremias 37:5) - E o exército de Faraó saíra do Egito; e quando os caldeus, que tinham sitiado Jerusalém, ouviram esta notícia, retiraram-se de Jerusalém.

8.      Resultou desta tentativa que Jerusalém foi sitiada e tomada no ano de 587 a.C.. O templo foi reduzido a cinzas e os principais de seus habitantes levados para o cativeiro na Babilônia (2º Rs capítulos 24 e 25; 2º Cr 36. 5-21; Jr cap. 39 e 52).

9.       No vigésimo terceiro ano de seu reinado, 582 a. C., guerreou contra Coelesíria, Moabe e Amom, e deportou algumas centenas de Judeus (Jr 52.30).
(Jeremias 52:30) - No ano vinte e três de Nabucodonosor, Nebuzaradã, capitão da guarda, levou cativas, dos judeus, setecentas e quarenta e cinco pessoas; todas as pessoas foram quatro mil e seiscentas.

10.  Era costume de Nabucodonosor transportar os habitantes dos países conquistados para diversas partes do Império, tendo assim ao seu dispor um elemento servil que o auxiliou a realizar obras de construção muito valiosas;

ü        Construiu o grande muro de Babilônia;
ü        Erigiu o magnífico palácio para a sua residência;
ü        Reparou o grande Templo de Merodaque ou Marduk (Jr 50.2);

(Jeremias 50:2) - Anunciai entre as nações; e fazei ouvir, e arvorai um estandarte, fazei ouvir, não encubrais; dizei: Tomada está Babilônia, confundido está Bel, espatifado está Merodaque, confundidos estão os seus ídolos, e quebradas estão as suas imagens.

ü        Templo de Nebo em Borsipa;
ü        muitos outros santuários do paganismo.

11.  Dizem que foi ele quem construiu os Jardins Suspensos da Babilônia, para que sua esposa Amuía tivesse recordações das verdejantes colinas de Midiã, sua terra natal.

12.  A forma de loucura que ele veio a sofrer, quando o seu orgulho lhe perturbou a razão, é aquela doença denominada licantropia, em que o paciente se julga ser um animal inferior e como tal, o rei de Babilônia julgou ser boi, e passou a comer feno (Daniel cap. 4).

13.  Morreu em 562 a.C. e seu filho Evilmerodaque assume o trono, o qual se tornou amigo do rei Joaquim, tirando-o do cárcere (2º Rs 25.27; Jr 52.31).

14.  Tudo indica que Neriglissar (genro de Nabucodonosor e líder de uma conspiração que matou Evilmerodaque), parece ter sido o mesmo Nergel que tomou parte no sítio de Jerusalém (Jr 39.3,13); subiu ao trono e reinou quatros ano e meio.



15.  Nergel veio a falecer em 556 a.C. e seu filho Labashi-Marduk, ainda criança, assume o trono e é assassinado, alguns meses depois.

(Estudo, pesquisa, registro e comentários: Elias Lins Silva)




OS ASSÍRIOS (722 a 612 a.C)

1)      Assíria, modificação grega de Assur, nome de uma região por onde corria o rio Tigre (Ge 2.14). Essa região era conhecida por cidade de Assur.  Durante 700 anos foi o poder dominante do Oriente. Seu apogeu ocorreu em 1.300 a.C.

2)      Os Assírios são descendentes de Assur, um dos filhos de Sem (Gn 10.21-22).  Assur (Ashur): Deus nacional da Assíria. Substitui Marduk como herói. Patrono da cidade de Assur.

3)      Depois do período Babilônico, houve uma sucessão de conquistas e migrações na região. A Mesopotâmia era um lugar bom para se viver por causa do solo fértil e da possibilidade de colheitas abundantes, da formação já antiga de grandes cidades. A mais importante das migrações veio da Assíria.

4)       Próximo ao ano 1350 a.C, o Reino da Assíria começou a crescer e expandir. O apogeu do Império se deu com Assurbanipal II e Salmanasar III (883 - 824 a.C), alcançando sua maior extensão territorial no período compreendido entre 730-650 a.C.

5)      A prática de exorcismo era uma atividade mágica na Religião. Rezas, penitências, ritos especiais e outras práticas orientadas por Sacerdotes eram feitas com o intuito de afastar as forças maléficas e abolir as causas do mal por encontrarem-se a Síria, a Fenícia e a Palestina na rota terrestre entre a Ásia Menor e a África.

6)      A arte antiga destas regiões mostra a influência dos Povos que as conquistaram, as atravessaram ou comercializaram com seus habitantes.

7)      A expansão foi tão grande nesse período, que chegou ao Mediterrâneo e cobrou tributos dos Povos; o mesmo se deu com Jeú, Rei de Israel em 841 a.C. (diz o texto Bíblico que Jeú não foi 100% fiel ao Senhor no extermínio dos adoradores de Baal, pelo que o Senhor começou a diminuir as fronteiras de Israel nesse período).

8)      Esse adendo confere bastante bem com o relato Histórico, como poderão ver a seguir. Os Reis de Samaria mantinham relações comerciais diplomáticas com os Fenícios (tanto é que a ruína do Rei Israelense Acabe foi sua mulher fenícia, Jezabel, pouco antes da tomada definitiva de Samaria).

9)      A influência Fenícia é evidente, não somente nos Cultos a Baal, o pior de tudo, mas em todos os cantos: na casa de marfim de Acabe e nas centenas de incrustações de marfim, para mobília, escavadas em Samaria.

10)   Paredes esplêndidas do calcário local, cortadas no precioso estilo Fenício, cercavam o Distrito Real de Samaria. Era bem esse o Sincretismo que Deus abominava! Samaria sempre foi mais aberta a influências estrangeiras do que a Judéia (Reino do Sul).

11)   Salmanasar foi o primeiro rei assírio que entrou em conflito com os israelitas (Acabe e Jeú).


Belém de Judá

 SAMARIA E JUDÁ SOB O DOMÍNIO ASSÍRIO

A.     Considera-se que a divisão do Reino de Israel e Judá se deu em 930 a.C. Em 841 a.C, no Reinado de Jeú, a Assíria exigiu a subserviência de Israel (2º Rs 10.32-33).

(II Reis 10:32-33) - Naqueles dias começou o SENHOR a diminuir os termos de Israel; porque Hazael os feriu em todas as fronteiras de Israel. 33 Desde o Jordão até ao nascente do sol, a toda a terra de Gileade; os gaditas, os rubenitas e os manassitas, desde Aroer, que está junto ao ribeiro de Arnom, a saber, Gileade e Basã.

B.      Entretanto, pouco mais de 100 anos depois, em 733-732 a.C, afinal, o Reino de Israel tornou-se província Assíria (através de Hazael, Rei da Síria, ambicioso e traiçoeiro, dando continuidade ao que começou a ocorrer nos dias de Jeú, e segundo a profecia dada a Elias – 1º Rs 19.15; 2º Rs 8. 12-15- pois já começara o Juízo de Deus).

(I Reis 19:15) - E o SENHOR lhe disse: Vai, volta pelo teu caminho para o deserto de Damasco; e, chegando lá, unge a Hazael rei sobre a Síria.

(II Reis 8:12-15) - Então disse Hazael: Por que chora o meu senhor? E ele disse: Porque sei o mal que hás de fazer aos filhos de Israel; porás fogo às suas fortalezas, e os seus jovens matarás à espada, e os seus meninos despedaçarás, e as suas mulheres grávidas fenderás. 13 - E disse Hazael: Pois, que é teu servo, que não é mais do que um cão, para fazer tão grande coisa? E disse Eliseu: O SENHOR me tem mostrado que tu hás de ser rei da Síria. 14 - Então partiu de Eliseu, e foi a seu senhor, o qual lhe disse: Que te disse Eliseu? E disse ele: Disse-me que certamente viverás. 15 - E sucedeu que no outro dia tomou um cobertor e o molhou na água, e o estendeu sobre o seu rosto, e morreu; e Hazael reinou em seu lugar.

C.      Lembre-se que a Síria faz parte e é considerada Região Mesopotâmica.  O último vestígio de independência do Reinado Israelense chegou ao fim com Salmanasar V (2º Rs 17. 3-6), o que pela cronologia Bíblica aconteceu em 722 a.C.: em nada conflita com o relato Histórico.

(II Reis 17:3-6) - Contra ele subiu Salmaneser, rei da Assíria; e Oséias ficou sendo servo dele, e pagava-lhe tributos. - Porém o rei da Assíria achou em Oséias conspiração; porque enviara mensageiros a Sô, rei do Egito, e não pagava tributos ao rei da Assíria cada ano, como dantes; então o rei da Assíria o encerrou e aprisionou na casa do cárcere. 5 - Porque o rei da Assíria subiu por toda a terra, e veio até Samaria, e a cercou três anos. 6 - No ano nono de Oséias, o rei da Assíria tomou a Samaria, e levou Israel cativo para a Assíria; e fê-los habitar em Hala e em Habor junto ao rio de Gozã, e nas cidades dos medos.

D.     A Assíria transformou Samaria na Capital da Província de Samerina; os cidadãos mais destacados de Samaria foram deportados e reassentaram ali gente de outros Povos conquistados vindos da Síria e da Mesopotâmia.

E.      Isso quer dizer que ali restou uma grande porcentagem de Israelitas. Estes foram, pouco a pouco, "contaminados em seus costumes e modos de viver (novamente o Sincretismo), pois foram deixados relativamente "soltos" na Província, apenas não ocupavam cargos importantes”.

F.       Esse foi um dos principais motivos pelo grande "Cisma Samaritano", um rompimento religioso definitivo entre Jerusalém e Samaria.

   G.     Embora Samaria (praticamente um sinônimo do Reino do Norte) tivesse caído, e seus habitantes se perdessem para sempre do Senhor, pois o território de Israel foi anexado à Assíria, o Reino de Judá sobreviveu um pouco mais.

  H.     Mas como "vassalo" da Assíria, como percebemos; além do tributo indescritível pago a Hazael, mais tarde foi Acaz, rei de Judá, completamente idólatra – pois ofereceu o próprio filho em sacrifício (2 Rs 16.2-4) -, que pediu ajuda ao Rei da Assíria para defendê-lo contra o Rei da Síria e o Rei de Israel (guerras entre os Reis do Norte e do Sul eram relativamente comuns, mas agora Israel e Samaria eram Província Assíria).

                                Samaria
(II Reis 16:2-4) - Tinha Acaz vinte anos de idade quando começou a reinar, e reinou dezesseis anos em Jerusalém, e não fez o que era reto aos olhos do SENHOR seu Deus, como Davi, seu pai.3 - Porque andou no caminho dos reis de Israel, e até a seu filho fez passar pelo fogo, segundo as abominações dos gentios que o SENHOR lançara fora de diante dos filhos de Israel.4 - Também sacrificou, e queimou incenso nos altos e nos outeiros, como também debaixo de todo o arvoredo.

I.        Hazael, rei da Síria, incumbiu-se de Israel e dominou Samaria que ficou exilada sob domínio Assírio.

J.        Quanto a Judá, já há algum tempo as tentativas de libertar-se do domínio de Senaquerib, Rei da Assíria (705-681 a.C.) eram frustradas e acabaram levaram ao cerco de Jerusalém.

K.      O pagamento do tributo a Hazael não tinha nada a ver com Senaquerib. Depois que seu pai Sargon II foi morto em batalha, Senaquerib viu nisso sinal de desfavor divino e se dissociou da figura do pai.

Sargon II tinha criado uma cidade de planta nova, Dur Sharrukin (atual Jorsabad), que estava rodeada por uma muralha com sete portas, três delas decoradas com relevos e tijolos vitrificados. No interior, erguia-se o palácio de Sargon, um grande Templo, as residências e os Templos menores. 

(Estudo, pesquisa, registro e comentários: Elias Lins Silva)



 OS CALDEUS (612 a 539 a.C.)

A)     Mas nada dura para sempre na Terra dos Homens, de forma que desde o Século IX a.C. já tinha surgido no sul da Mesopotâmia uma nova coalizão de tribos que ficou conhecida como Caldeus (2.118 a. C).

B)     Os Neobabilônicos foram assim que ficaram conhecidos os Caldeus. Os Caldeus eram um povo de origem semita que vivia no Sul da Mesopotâmia; habitantes da Caldéia.

C)     Os Caldeus eram um grupo de cinco Tribos que se tornaram dominantes na Babilônia no final do Século VI. São descendentes de Arfaxade, um dos filhos de Sem:

(Gênesis 10:21-22) - E a Sem nasceram filhos, e ele é o pai de todos os filhos de Éber, e irmão mais velho de Jafé.  22 - Os filhos de Sem são: Elão, Assur, Arfaxade, Lude e Arã.

D)     Com a ajuda dos Medos, os Caldeus conseguiram destruir o Império Tirano dos assírios em 612 a.C..

E)      Comandados por Nabopolassar, os caldeus formaram um novo Império que teve como capital a Cidade da Babilônia, fundada pelos Amoritas.

F)      Através de uma política imperialista, Nabopolassar passou a controlar um vasto território. O Império Caldeu passou a ser chamado de Segundo Império Babilônico. Faria parte deste império a Mesopotâmia, a Síria, o Elam e a Palestina.

G)     A Bíblia relata um pouco sobre a história dos Neobabilônicos, foram eles que após conquistarem o reino de Judá destruíram Jerusalém. Muitos Hebreus foram levados como escravos para a capital, episódio que ficou conhecido como o Cativeiro da Babilônia.

H)     Assim como quase todos os povos do mundo antigo, os Caldeus praticavam a religião politeísta, isto é, adoravam vários deuses. Marduk, Deus adorado por toda a Mesopotâmia, era a principal divindade da Religião dos Caldeus.

I)        Os sacerdotes de Bel-Marduk, eram tidos como possuidores de sabedoria:

(Daniel 2:2,4) - Então o rei mandou chamar os magos, os astrólogos, os encantadores e os caldeus, para que declarassem ao rei os seus sonhos; e eles vieram e se apresentaram diante do rei.
4 - E os caldeus disseram ao rei em aramáico: Ó rei, vive eternamente! Dize o sonho a teus servos, e daremos a interpretação.

J)       O Segundo Império Babilônico ou Império Neo-babilónico ou Caldeu é deminação para uma época de 625 a.C. – 539 a.C.. Mais tarde, o Reino Neobabilônico decaiu e foi dominado por Ciro IIo Grande (539 a.C), Rei da Pérsia.

K)     No seu primeiro ano do reinado de Ciro II, o Senhor o tocou e despertou o espírito deste homem, segundo fora dito por intermédio de Jeremias.

L)      Em Ciro se cumpriu a profecia sobre a queda da Babilônia e o fim do Exílio, claro que nem tudo ao mesmo tempo. Isaías também tinha falado sobre um "conquistador" (Is 41.2,25) e citou Ciro como o que iria libertar os judeus do cativeiro, e reconstrutor do Templo (Is 44.28; 45.1).

(Isaías 41:2) -- Quem suscitou do oriente o justo e o chamou para o seu pé? Quem deu as nações à sua face e o fez dominar sobre reis? Ele os entregou à sua espada como o pó e como pragana arrebatada pelo vento ao seu arco.

(Isaías 41:25) - Suscitei a um do norte, e ele há de vir; desde o nascimento do sol invocará o meu nome; e virá sobre os príncipes, como sobre o lodo e, como o oleiro pisa o barro, os pisará.

(Isaías 44:28) - Que digo de Ciro: É meu pastor, e cumprirá tudo o que me apraz, dizendo também a Jerusalém: Tu serás edificada; e ao templo: Tu serás fundado.


(Isaías 45:1) - ASSIM diz o SENHOR ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações diante de sua face, e descingir os lombos dos reis, para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão.



 A PÉRSIA E SEUS DEUSES (559 a 330 a.C.)

A)     Os persas são descendentes de Madai, um dos filhos de Sete, filho de Jafé:

(Gênesis 10:2-5) - Os filhos de Jafé são: Gomer, Magogue, Madai, Javã, Tubal, Meseque e Tiras. - E os filhos de Gomer são: Asquenaz, Rifate e Togarma. 4 - E os filhos de Javã são: Elisá, Társis, Quitim e Dodanim. 5 - Por estes foram repartidas as ilhas dos gentios nas suas terras, cada qual segundo a sua língua, segundo as suas famílias, entre as suas nações.

B)     O conhecimento que temos sobre a Religião dos antigos Persas baseia-se principalmente no Zendavesta, o Livro Sagrado daquele povo.  Zoroastro foi o fundador de sua Religião, em 660 a.C.

C)     Ciro II (556 a 530 a. C.), rei aquemênida dos Persas, entrou em Babilônia e deu fim ao Império Babilônico no ano de 539 a.C.. Fundador do Império Persa concedeu aos judeus, deportados para a Babilônia, o direito de retornar para Jerusalém e reconstruir o templo (edito de 538 a.C.).

(Esdras 1:1-3) - NO primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do SENHOR, pela boca de Jeremias), despertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo: 2 - Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR Deus dos céus me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá.  3 - Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém, que está em Judá, e edifique a casa do SENHOR Deus de Israel (ele é o Deus) que está em Jerusalém.

D)     Assuero (nome hebraico) ou Xerxes I (nome grego) rei da Pérsia (486 a 465 a.C.), filho de Dario I (522 a 486 a.C.), foi pai de Dario III (336 a 330 a.C.) [Dn 9.1]. Foi esposo de Hadassa ou Ester (Et 2,19; 2.16-17).

(Daniel 9:1) - No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus,

(Ester 2:16-17) - Assim foi levada Ester ao rei Assuero, à sua casa real, no décimo mês, que é o mês de tebete, no sétimo ano do seu reinado.  17 - E o rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e alcançou perante ele graça e benevolência mais do que todas as virgens; e pôs a coroa real na sua cabeça, e a fez rainha em lugar de Vasti.

E)      Medos era o nome dos habitantes da Média (2º Rs 17.6; 1.18-19; Dn 5.28,31).

(Ester 1:18-19) - E neste mesmo dia as senhoras da Pérsia e da Média ouvindo o que fez a rainha, dirão o mesmo a todos os príncipes do rei; e assim haverá muito desprezo e indignação.  19 - Se bem parecer ao rei, saia da sua parte um edito real, e escreva-se nas leis dos persas e dos medos, e não se revogue, a saber: que Vasti não entre mais na presença do rei Assuero, e o rei dê o reino dela a outra que seja melhor do que ela.

(Daniel 5:28) - PERES: Dividido foi o teu reino, e dado aos medos e aos persas.
CONTINUAÇÃO: A PÉRSIA E SEUS DEUSES

F)      Depois de Assuero, Balsazar o rei dos caldeus foi morto, e Dario I, o medo, toma posse do reino: 

(Daniel 5:30-31) - Naquela noite foi morto Belsazar, rei dos caldeus.  31 - E Dario, o medo, ocupou o reino, sendo da idade de sessenta e dois anos.

G)     Aos 62 anos Dario I subiu ao trono da Caldéia, depois da tomada da Babilônia por Ciro II:
(Daniel 6:28) - Este Daniel, pois, prosperou no reinado de Dario, e no reinado de Ciro, o persa.

(Esdras 5:13) - Porém, no primeiro ano de Ciro, rei de Babilônia, o rei Ciro deu ordem para que esta casa de Deus se reedificasse.

(Esdras 6:3) - No primeiro ano do rei Ciro, este baixou o seguinte decreto: A casa de Deus, em Jerusalém, se reedificará para lugar em que se ofereçam sacrifícios, e seus fundamentos serão firmes; a sua altura de sessenta côvados, e a sua largura de sessenta côvados;

H)     Dario III foi o último rei da Pérsia, sendo derrotado por Alexandre Mágno III, o Grande (pela Macedônia, 356 a.C – Babilônia 323 a.C.), no ano de 334 a.C.. Como senhor da Ásia Menor e do Mundo Oriental, Alexandre morreu na Babilônia no ano de 323 a.C.. O livro apócrifo de 1º Macabeus 1.1-5 registra:
    
      Quando Alexandre, filhe de Filipe da Macedônia, que reinou primeiramente na Grécia, saído do país de Cetim, derrotou Dario, rei dos persas e dos medos, ficando a reinar em seu lugar, deu muitas batalhas, tomou muitas fortalezas e matou reis da terra (que lhe resistiram).  Passando até as extremidades do mundo, apoderou-se dos despojos de muitas nações e toda a terra emudeceu diante dele.  Reuniu um exército muito poderoso, o seu coração elevou-se e ficou todo inchado (de soberba).  Tornou-se senhor de províncias, nações e reis, que ficaram sendo seus tributários.

I)        O sistema persa se tornou a Religião dominante na Ásia Ocidental a partir do tempo de Ciro II (550 a.C.) até a conquista da Pérsia por Alexandre Mágno, o Grande.

J)       Por esse motivo, os exilados Judeus na Babilônia, na Pérsia e em todas as regiões para onde se espalharam e formaram uma Comunidade Judaica, até mesmo no Oriente, estiveram debaixo de grande influência do Zoroastrismo.

K)     Foi na Pérsia que surgiu, talvez, a primeira representação "verdadeira" do Diabo, no século VI a.C

Embora seja praticamente impossível fazer um resumo das Religiões deste período tão longo e turbulento,
fizemos o possível para conciliar este aspecto com a História, transformando este estudo num Relato Histórico e não Teológico, e incluindo a passagem de Israel e Judá como Nações.




EGITO (4.000 a 1.090 a.C.)
Etimologia
1)      Os egípcios usaram vários nomes para se referirem à sua terra de origem:

a.      O mais comum era Kemet, "a Terra Negra" ou "Terra Fértil", que se aplicava especificamente ao território nas margens do Nilo e que aludia à terra negra trazida pelo rio todos os anos;

b.      Outro nome era Decheret"Terra Vermelha", referia-se aos desertos que circundavam o Nilo e por onde os egípcios só penetravam para enterrar os seus mortos ou para explorarem pedras e metais preciosos;

c.       Também poderiam chamá-la Taui ( "as Duas Terras", ou seja, o Alto e o Baixo Egito);

d.      Ta-meri ("Terra Amada") ou Ta-netjeru ("A Terra dos Deuses").

e.      Na Bíblia o Egito é denominado Misraim. A atual palavra Egito deriva do grego Aigyptos (pronunciado Aiguptos), que se acredita derivar por sua vez do egípcio Hetkaptah, "a mansão da alma de Ptah".

2)      O Egito foi conquistado por uma sucessão de potências estrangeiras neste momento final. O governo dos faraós terminou oficialmente em 31 a.C., quando o Egito caiu sob o domínio do Império Romano e se tornou uma província, após a derrota da rainha Cleópatra VII na Batalha de Ácio.

3)      As muitas realizações dos antigos egípcios incluem o desenvolvimento de técnicas de extração mineira, topografia e construção que permitiram a edificação de monumentais pirâmides, templos e obeliscos; um sistema de matemática, um sistema prático e eficaz de medicina, sistemas de irrigação e técnicas de produção agrícola, os primeiros navios conhecidos, e tecnologia com vidro, novas formas de literatura e o mais antigo tratado de paz conhecido.


 O GOVERNO DO FARAÓ

A)     Os primeiros faraós consideravam-se encarnações do deus Horus, filho de Ísis e do grande Osíris, senhor e juiz dos mortos, objeto de um completo ciclo mítico centrado em sua perpétua morte e ressurreição.

B)    Junto dele se conservariam, no entanto, inúmeras divindades locais, e assim a figura de Osíris, que dominou o panteão durante o Médio Império, cedeu sua preeminência no Novo Império a Amón-Rá, fruto da simbiose
       entre o antigo deus solar  e a divindade tebana Amón.

  C)     A Sociedade era baseada na Monarquia absoluta; o Faraó estava à frente dela como um rei divino (teofania) e garantia a harmonia do Universo — seu poder era inexpugnável! Desse modo, cria-se que a Natureza podia ser manipulada pela intercessão Faraônica. Na qualidade de deus, cabia ao Faraó, além de suas funções políticas e guerreiras, o papel de mediador dos homens perante as divindades.

D)     Para isso ele devia cumprir uma série de obrigações, desde antes da coroação. Era iniciado em rituais misteriosos, em locais secretos, onde somente o Faraó e o Sumo Sacerdote, e por vezes, a Grande Esposa Real, podiam entrar.
                                                                                                                       
                                                                       
                                                                                                                       Estátua de Tutukamon


E)      Essa também é uma diferença importante com a Mesopotâmia. Embora importantes, as cidades Mesopotâmicas eram cidades apenas; e se o rei tinha poder divino, não se compara ao poder do Faraó. 
  

O FARAÓ E O SUMO SACERDOTE

1.      Depois de coroado, embora o Faraó detivesse todo o poder, tinha que, indiretamente, governar com o apoio dos Sumos Sacerdotes dos Templos, por causa dos jogos de interesses políticos.

2.      Os principais Templos eram verdadeiras "entidades vivas", auto-suficientes, que tinham grande poder sobre o Egito. Mantidos por imensas propriedades, eram estabelecidos para servir a vários deuses, que por sua vez serviam à Humanidade.

3.      Na verdade, os Templos eram mais Instituições Estatais, não lugares para devoção e preces individuais.  Isso quer dizer que havia uma importante ligação do poder do Faraó com o poder Sacerdotal. Isso não podia ser quebrado, ou mudado, sob pena do Egito "desmontar"!

A)     Os Faraós governaram o Egito durante 30 séculos, eram o poder econômico, político e social do Egito. Quanto maior fosse uma pirâmide, maior o poder e importância de um Faraó.
  
AS PIRÂMIDES DO EGITO: PIRÂMIDES DE GIZÉ

  A)     Segundo estudiosos, essas pirâmides foram construídas há cerca de 2500 anos a.C e serviam para guardar os corpos dos Faraós mumificados e também eram usados como templos religiosos. Um hábito que pode ser explicado pela religião politeísta do Egito Antigo.

   B)    com seu cadáver. O cuidado adequado com os restos mortais era necessárioAcreditava-se que uma parte do espírito do faraó, chamada ka, permanecia
para que o "ex-faraó pudesse executar suas novas funções como o rei dos mortos.


C)     As três mais famosas piramides estão no planalto de Gizé, na margem esquerda do rio Nilo, próximo à cidade do Cairo.
  
   D)     Até os dias atuais foram encontradas cerca de 80 pirâmides no Egito, a maioria são ruínas, apenas a pirâmide de Gizé: Quéops, Quéfrens e Miquerinos sobreviveram ao tempo, sendo a única das Sete Maravilhas do Mundo Antigo que ainda existe.

  E)      Os Faraós acreditavam em vários deuses e também na vida após a morte, dessa maneira uma pirâmide era construída para que os corpos mumificados dos Faraós lá fossem conservados juntamente com seus pertences para serem levados para sua vida após a morte, para eternidade.

F)      Devido ao seu alto grau de complexidade arquitetônica, aos esforços empregados em suas construções, e a sua notável beleza, as piramides são culturalmente associadas ao místiciosismo, sendo a fonte de muitas hipóteses e lendas a cerca dos mistérios de sua construção e finalidade.
  
AS PRINCIPAIS DIVINDADES DO EGITO

A)     No Egito, as representações figurativas eram extremamente raras, mas as principais divindades adoradas eram, sem dúvida, as consideradas mais importantes, ou mais poderosas, pois sabemos que havia um sem-número de deuses no Egito:

a.      Hórus - Representado sempre por um falcão, associa-se à

encarnação de alguns Faraós; conta o Mito que perdeu um olho
ao lutar contra Seth, na tentativa de vingar a morte de seu pai, Osíris. A marca característica que aparece no falcão é tradicionalmente associada à ferida de Hórus.
b.      Osíris (Usiris, Asar, Aser, Ausar, Ausir, Wesir, Usir, Usire ou Ausare) - Osíris é o deus e senhor dos mortos; levado à morte pelo perverso irmão Seth, mas depois restaurado à vida, talvez por isso paradoxalmente a Mitologia Egípcia também o identifique como o fundador do Estado Faraônico e como ancestral primordial de todos os Governantes do Egito, pois seu filho Hórus ocupou o trono que lhe pertencia, tornando-se assim o primeiro Faraó.

ü        A crença numa vida de recompensas e punições no pós-morte seria presidida por Osíris, uma vez que ele mesmo experimentou a morte e o retorno à vida.

ü        Por causa desta "ressurreição", o monarca do Mundo Subterrâneo também era cultuado como símbolo de vida: estes atributos o tornavam deus do Nilodeus das águas.

ü        Pois o Nilo era um símbolo de vida para o Egito. Osíris também está associado á vida do Egito no sentido da fertilidade: a inundação garante boas colheitas; a fertilização da terra é dádiva de Osíris.

c.       Ísis - deusa da terra e esposa de Osíris. Representada por uma mulher com uma peruca lisa de três partes que passa por trás das orelhas.

ü        Ísis com freqüência era associada a Hathor, podendo usar uma coroa com o emblema dela. Ísis é uma das deidades da Tríade de Osíris.

ü        Ela é esposa de Osíris e mãe de Hórus, e é simbolicamente representada como o Trono (seu emblema tradicional). Todos os três são importantes Entidades Egípcias: Terra, Água e Ar.
ü        foi uma deusa da mitologia egípcia, cuja adoração se estendeu por todas as partes do mundo greco-romano. Foi cultuada como modelo da mãe e da esposa ideais, protetora da natureza e da magia. Era a amiga dos escravospescadoresartesãos, oprimidos, assim como a que escutava as preces dos opulentos, das donzelas, aristocratas e governantes. Ísis é a deusa da maternidade e da fertilidade.

 Museu de Louvre-Osíris, Ísis e Hórus,
 874–850 a.C.
d.      Na mitologia egípciaHórus (ou Heru-sa-AsetHer'urHrwHr ou Hor-Hekenu) é o deus dos céus, muito embora sua concepção tenha ocorrido após a morte de Osíris. Hórus era filho de Osíris.
ü        Tinha cabeça de falcão e os olhos representavam o Sol e a Lua. Matou Seth, tanto por vingança pela morte do pai, Osíris, como pela disputa do comando do Egito.

e.      Hathor é uma das deidades bovinas, a maior delas; simbolizada por uma vaca de chifres encurvados e orelhas proeminentes, ou uma mulher com chifres de vaca encurvados para cima e um típico disco solar entre eles; este disco é um emblema característico — um símbolo zoomórfico da deusa; nesse período, essas deidades eram identificadas com o paraíso.

f.         ou , é o deus do Sol do Antigo Egito. No período da Quinta Dinastia se tornou uma das principais divindades da religião egípcia, identificado primordialmente com o sol do meio-dia.
ü        O principal centro de seu culto era a cidade de Heliópolis (chamada de Inun, "Local dos Pilares", em egípcio), onde era identificado com o deus solar local, Atum.
g.      O Touro Ápis (imagem ao lado) também era deus dos mais importantes. Símbolo de Fertilidade. Ápis, o Boi de Mênfis, era cultuado com a maior veneração, por tratar-se de um oráculo dos deuses.

ü        O animal escolhido para ser Ápis tinha de ter uma série de características: inteiramente preto, com um sinal branco e quadrado na testa, outro em forma de águia nas costas e, debaixo da língua, um caroço semelhante a um escaravelho.

ü        Por ocasião da Lua Nova, ele era levado de barco pelo Nilo e colocado em magnífico Templo etc... etc..etc... ritual afora.
  
  h.      Anúbis (imagem abaixo) era uma deidade funerária responsável pela guarda dos Cemitérios; presidia o processo de mumificação; sua representação mais comum era como um chacal; se aparecesse como um homem podia vir acompanhado da figura de cachorros com ele, ou então com uma cabeça canina em corpo humano.
  
   i.        Amon-Rá (imagem ao lado) foi o único considerado deus do Estado, além de governante de Tebas; por sinal, foi justamente quando a Capital do Egito foi mudada para Tebas, na 5a Dinastia, que o antigo deus sol Rá tornou-se um "composto", ou uma associação de duas divindades: Amon-Rá.
  
  j.        Seth ou Set (Atum-Rá, Tem ,Temu ,Tum e Atem) era cruel. É o deus egípcio da violência e da desordem, da traição, do ciúme, da inveja, do deserto, da guerra, dos animais e serpentes. Seth era encarnação do espírito do mal e irmão de Osíris, o deus que trouxe a civilização para o Egito. Seth era também o deus da tempestade no Alto Egito.

        Mas Seth era também o Rei das terras altas e das terras distantes. Inicialmente, foi venerado como uma parte necessária do Cosmos. Mas a ocupação cruel do Egito pelos Persas mudou para sempre algumas coisas. Seth passou a ser visto como o deus dos estrangeiros — como os Persas vieram das colinas desertas e das terras altas, nesse momento Seth tornou-se o próprio Diabo e o deserto tornou-se a terra do espírito maligno.
                                
k.      Sekhmet garante a eternidade.  Na mitologia egípcia SekhmetSachmetSakhetSekmet ou Sakhmet ("a poderosa") é a deusa da guerra e das doenças. O centro de seu culto era na cidade de Mênfis.      Sua imagem é uma mulher coberta por um véu e cabeça de leão. Muito temida no antigo Egíto, sendo ela o símbolo da punição de .

O EGITO E SEUS “TANTOS” DEUSES

1.      O Egito tinha milhares de divindades, sendo que os deuses Egípcios foram aparecendo "aos poucos". Não foi de cara que todos foram cultuados, ou que Templos foram construídos e dedicados a eles. Os mais antigos deuses sempre foram cultuados, mas apareceram outros com o passar dos tempos.

2.      Os mais antigos, que seriam divindades adoradas desde o Período Dinástico Inicial (ou até antes) até os fins dos dias dos Egípcios foram Hórus, Seth, Hathor, Anúbis, Rá, Ápis.

3.      Através desse estudo, percebemos que alguns (demônios) eram entidades locais. Mesmo Amon, que mais tarde foi considerado o Senhor das Duas Terras, primeiramente era Governante de Tebas, provavelmente antes de ser ampliado seu território de atuação. Ou Osíris, que de senhor do Nilo, passou em certo momento a ter maior atuação no País; posteriormente.

4.      Ápis, por exemplo, era o Boi de Mênfis (uma das Capitais do Egito). Havia Wadjet e Nekhbet, senhoras de um território maior, uma do Baixo e a outra do Alto Egito. Mas não do Egito inteiro! Do Egito inteiro, apenas Amon-Rá e Osíris chegaram a tal patamar de Poder.

5.      Seth era deus das terras altas e distantes. Anúbis guardava cemitérios. Outras entidades aparentemente não estão ligadas a um território, mas são simplesmente adoradas como KepriThot, Taweret, Ptah, Sekhmet etc... As Teofanias eram encarnações das deidades divinas no Faraó e na Rainha.

6.      Era comum também a crença na astrologia, e uma particularidade desta era que os astros tinham influência sobre as diferentes partes do corpo. E os deuses também estavam relacionados com os astros. Magia e Religião estavam intimamente ligadas no Egito. A Numerologia fazia parte das crenças e era usada. Dentre os símbolos utilizados na Magia, a Serpente e as Chamas tinham particular lugar.

(Estudo, pesquisa, registro e comentários: Elias Lins Silva)




2) A IDOLATRIA GREGA E ROMANA




            Mitologia Grega                                  Mitologia Greco-Romana

  "Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. 5 Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. 6 e uso de misericórdia com milhares dos que me amam e guardam os meus mandamentos."          (Êx 20,4)

Deuses Gregos e Romanos

NOME GREGO                    NOME ROMANO                   PAPEL NA MITOLOGIA

Afrodite                     Vênus                        Deusa da beleza e do desejo sexual (mitologia                                                                           romana: deusa dos campos e jardins)

Apolo                     Febo                         Deus da profecia, da medicina e da arte do arco
                                                                     e-flecha (mitologia greco-romana posterior: deus
                                                                     do Sol)

Ares                             Marte                        Deus da guerra

Ártemis                     Diana                        Deusa da caça (mitologia greco-romana                                                                                    posterior: deusa da Lua)

Asclépio                     Esculápio                   Deus da medicina

Atena                     Minerva                     Deusa das artes e ofícios e da guerra;                                                                                         auxiliadora dos heróis (mitologia greco-romana                                                                         posterior: deusa da razão e da sabedoria)

Crono                    Saturno                       Deus do céu; soberano dos titãs (mitologia                                                                                 romana: deus da agricultura)

Deméter                    Ceres                          Deusa dos cereais

Dioniso                    Baco                           Deus do vinho e da vegetação

Eros                           Cupido                        Deus do amor

Géia                           Terra                           Mãe Terra

Hefesto                   Vulcano                       Deus do fogo; ferreiro dos deuses

Hera                           Juno                            Deusa do matrimônio e da fertilidade; protetor
                                                                     das mulheres casadas; rainha dos deuses

Hermes                   Mercúrio                     Mensageiro dos deuses; protetor dos viajantes,                                                                        ladrões e mercadores

Héstia                   Vesta                          Guardiã do lar

Hipnos                   Sonho                         Deus do sonho

Hades                   Plutão                         Deus dos mundos subterrâneos; senhor dos                                                                              mortos

Posêidon                   Netuno                        Deus dos mares e dos terremotos

Réia                           Cibele                          Esposa de Crono/Saturno; deusa-mãe

Urano                   Urano                          Deus dos céus; pai dos titãs

Zeus                           Júpiter                          Soberano dos deuses olímpicos
       

3) PERÍODO INTERBÍBLICO


INTRODUÇÃO
O escopo da disciplina Novo Testamento I abrangerá o estudo panorâmico dos Evangelhos e do livro de Atos, com enfoque nos aspectos histórico, literário e teológico. A contextualização histórica é de fundamental importância no estudo das Sagradas Escrituras. Tal preocupação se apresenta com freqüência nas páginas bíblicas. Tomemos como exemplos os escritos proféticos, onde se nota constantemente a citação dos nomes dos reis, o ano do seu reinado, o local onde o profeta se encontrava e outros dados contextuais (Jr.1.1-3). Tais informações situam a vida do profeta e sua mensagem em um cenário real e historicamente conhecido. Da mesma forma, é mister que tenhamos o conhecimento do contexto histórico que emoldura os fatos narrados nos Evangelhos e em Atos. A localização histórica das origens cristãs evidenciam seu caráter factual, o que não é possível demonstrar em relação a diversas religiões, cujas raízes estão amparadas em lendas, sonhos e visões.
Iniciaremos nossa contextualização pelo chamado "Período Interbíblico", afim de traçarmos a ligação histórica entre o Velho e o Novo Testamento. Tal exame também possibilitará melhor compreensão dos fatores que construíram o cenário político, social e religioso encontrado por Cristo na Palestina. Ao lermos o Novo Testamento, deparamos com muitos problemas cujos motivos se encontram no período interbíblico.

O PERÍODO INTERBÍBLICO
Esse período teve a duração de aproximadamente 450 anos. Normalmente se faz referência a esse tempo como uma época em que Deus esteve em silêncio para com o seu povo. Nenhum profeta de Deus se manifestou ou, pelo menos, nenhum deixou escritos que tenham sido considerados canônicos.
Vamos examinar a situação da Palestina durante esse período, principalmente no que se refere aos impérios, governos, as relações de Israel com os povos vizinhos e as implicações religiosas e sociais destes elementos.

O IMPÉRIO PERSA - FINAL DO V.T.
O Velho Testamento termina com as palavras de Malaquias, o qual profetizou entre 450 e 425 a.C.. Nesse tempo, a Palestina estava sob o domínio do Império Persa, o qual se estendeu até o ano 331 a.C.. Embora o rei Ciro tenha autorizado os judeus a retornarem do exílio, o domínio Persa continuava sobre eles. De volta à Palestina, o povo judeu passou a ter um governo local exercido pelos sumo sacerdotes, embora não houvesse independência política. Eram comuns as disputas pelo poder.

O IMPÉRIO GREGO - 335 a 323 a.C.
Paralelamente ao Império Persa, crescia o poder de um rei macedônico, Felipe, o qual empreendeu diversas conquistas na Ásia menor e ilhas do mar Egeu, anexando a Grécia ao seu domínio. Desejando expandir seu território, entrou em confronto com a Pérsia, o que lhe custou a vida. Foi sucedido por seu filho, Alexandre Magno, que também ficou conhecido como Alexandre, o Grande, o qual havia estudado com Aristóteles. A mitologia grega, com seus deuses e heróis parece ter inspirado o novo conquistador. Alexandre tinha 20 anos quando começou a governar. Seu ímpeto imperialista lhe levou a conquistar a Síria, a Palestina (332 a.C.) e o Egito. Notemos então que o território israelense passou do domínio persa para o domínio grego.
No Egito, Alexandre construiu uma cidade em sua própria homenagem, dando-lhe o nome de Alexandria, a qual se encontrava em local estratégico para o comércio entre o Mediterrâneo, a Índia e o extremo Oriente. Essa cidade se tornou também importante centro cultural, substituindo assim as cidades gregas. Entre suas construções destacaram-se o farol e a biblioteca.
Em 331, Alexandre se dedicou a libertar algumas cidades gregas do domínio da Pérsia. Seu sucesso militar foi tão grande que considerou-se capaz de enfrentar a própria capital do império. E assim conquistou a Pérsia. Contudo, nessa batalha, que ficou conhecida como Arbela ou Gaugamela, as tropas gregas tiveram de enfrentar um exército de elefantes, os quais foram usados pelo rei da Pérsia. Alexandre venceu o combate, mas os elefantes foram motivo de grande desgaste para seus soldados. Alexandre se denominou então "Rei da Ásia" e passou a exigir para si o culto dos seus subordinados, de conformidade com as práticas babilônicas.
Em 327 a.C., em suas batalhas de conquista rumo ao Oriente, Alexandre encontra outro exército de elefantes, o que fez com que seus soldados se amotinassem, recusando-se a prosseguir. Terminaram-se assim as conquistas de Alexandre Magno. Em 323 a.C., foi acometido pela malária, a qual lhe encontrou com o organismo debilitado pela bebida. Não resistiu à doença e morreu naquele mesmo ano. Não deixou filhos, embora sua esposa, Roxane, estivesse grávida. Quanto aos judeus, Alexandre os tratou bem e teve muitos deles em seu exército. Após a sua morte, o Império Grego foi divido entre os seus generais, dentre os quais nos interessam Ptolomeu, a quem coube o governo do Egito, e Seleuco, que passou a governar a Síria.

O GOVERNO DOS PTOLOMEUS
A Palestina ficou sob o domínio do Egito. Os descendentes de Ptolomeu foram chamados Ptolomeus. Eis os nomes que se sucederam enquanto a Palestina esteve sob o seu governo (323 a 204 a.C.):
Ptolomeu I (Sóter) - 323 a 285 a.C.
Ptolomeu II (Filadelfo) - 285 a 246 a.C. – Durante o seu governo foi elaborada, em Alexandria, a Septuaginta, tradução do Antigo Testamento para o grego. Filadelfo foi amável com os judeus.
Ptolomeu III (Evergetes) – 246 a 221 a.C.
Ptolomeu IV (Filópater) - 221 a 203 a.C. - Ao voltar de uma batalha contra a Síria, Filópater visitou Jerusalém e tentou entrar no Santo dos Santos. Contudo, foi acometido de um pavor repentino que o fez desistir do seu propósito. Foi um grande perseguidor dos judeus.
Ptolomeu Epifânio – 203 a 181 a.C. – Tinha 5 anos de idade quando seu pai, Filópater morreu. Aproveitando a situação, Antíoco - o Grande, rei da Síria, toma o poder sobre a Palestina no ano 204.

O GOVERNO DOS SELÊUCIDAS
Os reis da Síria, descendentes do general Seleuco, foram chamados Selêucidas. De 204 a 166 a.C., a Palestina esteve sob o domínio da Síria. Eis a relação dos selêucidas do período:
Antíoco III - O Grande – 223 a 187 a.C.
Seleuco IV (Filópater) – 187 a 175 a.C.
Antíoco IV (Epifânio) - 175 a 163 a.C. - Em Israel, o governo local era exercido por Onias, o sumo sacerdote. Contudo, Epifânio comercializou o cargo sacerdotal, vendendo-o a Jasão por 360 talentos. Epifânio se esforçou para impor a cultura e a religião grega em Israel, atraindo sobre si a inimizade dos judeus. Tendo ido ao Egito, divulgou-se o boato da morte de Epifânio, motivo pelo qual os judeus realizaram uma grande festa. Ao tomar conhecimento do fato, o rei da Síria promoveu um grande massacre, matando 40 mil judeus.
Em 168 a.C., Antíoco Epifânio sacrifica uma porca sobre o altar em Jerusalém e entra no Santo dos Santos. Ordena que o templo dos judeus seja dedicado a Zeus, o principal deus da mitologia grega, ao mesmo tempo em que proíbe os sacrifícios judaicos, os cultos, a circuncisão e a observância da lei mosaica.
Segue-se então um período em que não houve sumo sacerdote em atividade em Jerusalém (159 a 152 a.C.). Realiza-se então um processo de helenização radical na Palestina.
Vendo todos os seus valores nacionais sendo destruídos e profanados, os judeus reagiram contra Epifânio.

O GOVERNO DOS MACABEUS - 167 a 37 a.C.
Surge no cenário judaico uma importante família da tribo de Levi: os Macabeus. Em 167, o macabeu Matatias se recusa a oferecer sacrifício a Zeus. Outro homem se ofereceu para sacrificar, mas foi morto por Matatias, o qual organiza um grupo de judeus para oferecer resistência contra os selêucidas. Tal movimento ficou conhecido como a Revolta dos Macabeus. A Palestina continuou sob o domínio da Síria. Contudo, a Judéia voltou a possuir um governo local, exercido pelos Macabeus. Ainda não se tratava de independência, mas já havia alguma autonomia. A seguir, apresentamos os nomes dos governantes macabeus e alguns de seus atos em destaque.
Matatias (167-166 a.C.)
Judas (filho de Matatias) (166-160 a.C.) - Purifica o templo, conquista liberdade religiosa, restabelece o culto.
Jônatas (filho de Matatias) (160-142 a.C.) – Reinicia a atividade de sumo sacerdote.
Simão (filho de Matatias) (142-135 a.C.) - Reforça o exército e consegue isenção de impostos. Nesse momento a Síria se encontrava fraca, e a Judéia se torna independente. A independência durou entre 142 e 63 a.C.. Simão foi sumo sacerdote e rei da Judéia. Pediu apoio de Roma contra a Síria.
João Hircano (filho de Simão) (135-104 a.C.) – Tinha tendência imperialista. Conquistou a Iduméia e Samaria. Destruiu o templo samaritano e sofreu oposição dos "hassidim", seita dos "santos".
Aristóbulo I – (104-103 a.C.) – prendeu a mãe e matou o irmão.
Alexandre Janeu (103-76 a.C.) - conquistou costas da Palestina – O território de Israel chegou a ter extensão semelhante à que tinha nos dias do rei Davi. Janeu sofreu a oposição dos fariseus.
Alexandra Salomé (esposa de Alexandre) (76-67 a.C.) – foi uma governante pacífica.
Aristóbulo II - (67-63 a.C.) briga pelo poder com seu irmão, Hircano II.
Em 63 a.C., Aristóbulo provoca Roma. Pompeu invade Jerusalém, deporta Aristóbulo e coloca Hircano II no poder.
Hircano II (63-40 a.C.)
Em Roma, o governo é exercido por Pompeu, Crasso e Júlio César, formando o primeiro Triunvirato. O três brigam entre si pelo poder. Júlio César vence e torna-se Imperador Romano. Em seguida, nomeia Antípatro, idumeu, como procurador sob as ordens de Hircano. Faselo e Herodes, filhos de Antípatro, são nomeados governadores da Judéia e Galiléia.
Um ano depois, Antípatro morre envenenado. Passados 3 anos, o Imperador Júlio César morre assassinado. Institui-se um novo triunvirato, formado por Otávio, sobrinho de César, Marco Antônio e Lépido. Marco Antônio e Herodes eram amigos.
Herodes casa-se então com Mariana, neta de Hircano, vinculando-se assim à família dos macabeus.
Na tentativa de tomar o poder, Antígono, filho de Aristóbulo II, corta as orelhas de Hircano II, impossibilitando-o de continuar a exercer o sumo sacerdócio.
Antígono (40-37 a.C.) - Uma de suas ações foi perseguir Herodes, o qual dirigiu-se a Roma, denunciou a desordem e foi nomeado rei da Judéia (37 d.C.). Antígono foi morto pelos romanos.
Termina assim, a saga dos macabeus, cujo princípio foi brilhante nas lutas contra a Síria. Entretanto, foram muitas as disputas pelo poder dentro da própria família. Perderam então a grande oportunidade que os judeus tiveram de se tornarem uma nação livre e forte. Acabaram caindo sob o jugo de Roma.

O IMPÉRIO ROMANO
Sendo nomeado por Roma como rei da Judéia, Herodes passou a governar um grande território. Contudo, sua insegurança e medo de perder o poder o levaram a matar Aristóbulo, irmão de Mariana, por afogamento. Depois, matou a própria esposa e estrangulou os filhos.
A violência de Herodes provocou a revolta dos judeus. Para apaziguá-los, o rei iniciou uma série de obras públicas, entre as quais a construção (reforma) do templo, que passou a ser conhecido como Templo de Herodes.
O domínio direto do Império Romano sobre a Palestina iniciou-se no ano 37 a.C., estendendo-se por todo o período do Novo Testamento.
Quadro histórico social do Novo Testamento
Política 37 a.C. a 70 d.C.
Esquema parcial da hierarquia no Império Romano

O esquema acima apresenta alguns elementos da hierarquia do Império. Nosso objetivo é visualizar principalmente os modelos administrativos estabelecidos sobre os povos conquistados.
No tempo do nascimento de Cristo, o Imperador era Augusto, o qual instituiu o culto a si mesmo por parte dos seus súditos.
Em algumas regiões havia a figura do rei. Naquele mesmo período o rei da Palestina era Herodes. Esta região teve sua divisão política alterada diversas vezes, sendo até governada por mais de um rei em determinados momentos. Além do rei, havia em algumas épocas e lugares a figura do procurador, ou governador. Quando Jesus nasceu, o procurador se chamava Copônio. Na seqüência aparecem os publicanos, os quais não possuíam poder administrativo mas tinham a função de coletar impostos. Eram necessariamente nativos da província. Seu conhecimento da terra, do povo, dos costumes e da língua tornava-os mais eficientes na coletoria do que poderia ter sido um cidadão romano que fosse enviado para esse fim. Os publicanos eram considerados por seus compatriotas como traidores, já que cobravam impostos dos seus irmãos para entregar ao dominador inimigo. A palavra publicano se tornou sinônimo de pecador.
Sob esse domínio se encontrava a província. Assim era chamada qualquer região conquistada pelos romanos fora da Itália. As províncias que se encontravam dentro desse modelo eram administradas mais diretamente pelo Imperador. Tratava-se de regiões ainda não pacificadas, recém conquistadas, cuja população ainda não se acomodara sob o jugo de Roma. Nessas terras havia a presença constante das tropas romanas, as quais se dividiam principalmente em legiões (com 6000 homens), coortes (com 1000 homens) e centúrias (com 100 homens).
Na província da Judéia havia uma instituição local chamada Sinédrio, o qual era formado por 71 membros e presidido pelo sumo sacerdote. O Sinédrio era o supremo tribunal local e tinha poderes para julgar questões civis e religiosas, uma vez que as duas coisas eram tratadas pela mesma lei. Tais autoridades tinham até mesmo a prerrogativa de aplicar a pena de morte contra crimes cometidos na comunidade local. A polícia recebia ordens do Sinédrio.
Essa estrutura pode ser claramente observada nas páginas dos evangelhos, principalmente nos relatos que tratam da prisão, julgamento e crucificação de Cristo, o qual foi preso pela polícia do Sinédrio, e levado diante desse tribunal local. Os integrantes do Sinédrio, embora tivessem poder para matá-lo, parecem ter vacilado diante de tamanha responsabilidade. Levaram-no diante do Procurador da Judéia, Pilatos, o qual encaminhou-o para a presença de Herodes, o rei da Galiléia. Ninguém queria assumir a responsabilidade pela crucificação. Contudo, Cristo é devolvido a Pilatos, que considerou o lavar da mãos como ato suficiente para isentá-lo da culpa de matar o Filho de Deus. (Mt.26.44,57,59; 27.2; Lc.23.7) Vemos aí a hierarquia governamental em evidência. O imperador também foi lembrado naquelas circunstâncias, mas apenas para um menção rápida em João 19.12 para pressionar o Procurador.
Havia ainda outro tipo de província. Eram aquelas conquistadas há mais tempo e já pacificadas. Os habitantes desses lugares tinham cidadania romana. Era o caso do apóstolo Paulo, que nasceu em Tarso, e tinha o direito de ser considerado cidadão romano. Tal prerrogativa proporcionava diversos direitos, principalmente tratamento respeitoso e especial nas questões jurídicas. Um cidadão romano não podia, por exemplo, ser açoitado. Paulo foi submetido a açoites, mas seus algozes ficaram atemorizados quando souberam que tinham espancado um cidadão romano (Atos 16.37-38). Com base no mesmo direito, Paulo apelou para César quando quis se defender das acusações que lhe eram feitas (Atos 25.10-12).

CULTURA E INFRA-ESTRUTURA
Nos dias de Cristo, embora o império fosse romano, a cultura predominante continuava sendo grega. O extinto império de Alexandre Magno deixou um grande legado: o helenismo, que significa a influência cultural grega entre os povos conquistados. Helenismo é derivado de Helas, outro nome da Grécia. Helenização é o processo de propagação dessa cultura. Devido a essa difusão, a língua grega se tornou de uso comum. Daí vem a expressão "grego koiné" (= comum). As cidades gregas eram bem estruturadas. Contavam com teatros, banhos públicos, ginásios, foros, amplas praças, hipódromos e academias. Assim, por onde quer que o helenismo se expandisse iam surgindo cidades desse tipo. Algumas cidades antigas se adaptavam e chegavam até a mudar de nome, adotando nomes gregos.
É por causa desse contexto que o Novo Testamento foi escrito em grego, com exceção do evangelho de Mateus.
Além dos elementos helênicos, o cenário contava com estradas calçadas construídas pelos romanos. Elas facilitavam a circulação das milícias entre as províncias e a capital. Por essas vias transitavam também mensageiros, comerciantes e viajantes em geral. Outro destaque da engenharia romana eram os aquedutos: canais para levar água das montanhas para as cidades.

ATIVIDADES ECONÔMICAS
Com toda a importância das cidades, as construções eram constantes. Além das casas, estradas e aquedutos, as muralhas também faziam parte dos projetos. Em Jerusalém havia uma grande obra em andamento nos dias de Jesus: o templo de Herodes, cuja construção ocorreu do ano 20 a.C. até 64 d.C..
Outras atividades importantes eram: transporte, agricultura, comércio, pesca, metalurgia, cerâmica, perfumaria, couro, tecidos e armas. Em Israel, a pecuária, além de atividade econômica, possuía status religioso por causa dos sacrifícios.

POPULAÇÃO E RELIGIÃO

A DIÁSPORA
os dias do Novo Testamento, a população judaica encontrava-se dispersa por vários lugares. Além da própria Palestina, havia inúmeros judeus em Roma, Egito, Ásia Menor, etc. (Atos 2.9-11; Tiago 1.1; I Pedro 1.1). Tal dispersão, que recebe o nome de Diáspora, tem razões diversas, começando pelos exílios para a Assíria e Babilônia, e se completando por interesses comerciais dos judeus, e até mesmo em função das dificuldades que se verificavam em sua terra natal. Esse quadro se apresenta como cumprimento claro dos avisos divinos acerca da dispersão que viria como conseqüência do pecado de Israel (Dt.28.64).
Assim, o judaísmo acabou se dividindo em função da distribuição geográfica. Havia o judaísmo de Jerusalém, mais ligado à ortodoxia, e o judaísmo da Diáspora, ou seja, praticado pelos judeus residentes fora da Palestina. Estes últimos encontravam-se distantes de suas origens. Se até na Palestina, os costumes gregos se impunham, muito mais isso ocorria na vida dos judeus em outras regiões. Estavam profundamente helenizados, embora não tivessem abandonado o judaísmo. Isto fez com que eles se preocupassem com o futuro de suas tradições e sua religião. Tomaram então providências para que o judaísmo não sucumbisse diante do helenismo. Uma delas foi a tradução do Velho Testamento do hebraico para o grego, chamada Septuaginta. Já que este idioma estava se tornando universal, havia o risco de que, no futuro, as escrituras não pudessem mais ser lidas, devido à possível extinção do hebraico. Outras obras literárias foram produzidas, incluindo narrativas históricas, propaganda e apologia judaica, tudo escrito em grego e com influências gregas. Destacaram-se nessa época os escritores: Fílon de Alexandria e Flávio Josefo. Tais escritos não foram aceitos pela comunidade de Jerusalém. Até a tradução bíblica foi rejeitada, uma vez que, para eles, toda escritura sagrada devia ser produzida necessariamente em hebraico. Essa obra no idioma grego foi vista pelos ortodoxos como uma descaracterização do judaísmo.
Para muitos judeus conservadores, o judaísmo era propriedade nacional e não devia ser propagado entre outros povos. Já os judeus da Diáspora se dedicaram a conquistar gentios para a religião judaica. Tal fenômeno recebe o nome de proselitismo. Os novos convertidos eram chamados prosélitos (Mateus 23.15 Atos 2.9-11; 6.5; 13.43). Essa prática difusora da religião também foi adotada por judeus de Jerusalém, mas em escala bem menor.
Os judeus da diáspora cresciam em número e em poder econômico. Isso se tornou incômodo para muitos cidadãos dos lugares onde residiam. A guarda do sábado e a recusa em participar do culto ao Imperador tornaram-se também elementos que atraíram a perseguição. Tendo, muitos deles, fugido da opressão na Palestina, encontraram problemas semelhantes em outras terras.

AS SINAGOGAS, OS RABIS E OS ESCRITOS RELIGIOSOS
O surgimento das sinagogas é normalmente atribuído ao período do exílio babilônico, quando os judeus deixaram de ter um templo para adorar e sacrificar. O fato indiscutível é que nos dias do Novo Testamento, tais locais de oração, ensino e administração civil eram muito valorizados. Em qualquer localidade onde houvesse 10 judeus, podia ser aberta uma sinagoga. Em cidades grandes poderia haver várias, como era o caso de Jerusalém. A liderança da sinagora era exercida pelo rabi (mestre), o qual era eleito pelos membros daquela comunidade. Essa autonomia de eleição do rabi favoreceu o surgimento de muitos mestres com idéias religiosas distintas. Todos estudavam a lei e elaboravam seus ensinamentos com interpretações e comentários acerca da Torá.
Assim surgiram as midrashs e as mishnas. Midrash era o comentário da lei. A primeira surgiu no ano 4 a.C.. As mishnas eram os ensinamentos rabínicos. A primeira surgiu em 5 a.C.. Tudo isso compunha a tradição, que passou a ser mais utilizada do que a própria lei. A interpretação da lei era tão desenvolvida que chegava ao extremo de contradizer o código original (Mt.15.1-6). Assim, os escribas e fariseus, doutores da lei, ocupavam o lugar de Moisés (Mt.23.2). Devido a essa posição dos rabis (mestres), Jesus orientou seus discípulos a não utilizarem esse mesmo título (Mt.23.8).

JUDAÍSMO DIVIDIDO
Nos dias de Cristo, a religião judaica encontrava-se dividida em seitas: fariseus, saduceus, essênios, e outras. Cada facção se considerava o remanescente fiel a Deus e via os demais como relaxados. Entre os fatores que contribuíram para essa divisão, podemos citar:
- Diáspora – A dispersão geográfica dificultou a manutenção de uma religiosidade padronizada.
- Sinagogas – Significaram a descentralização da orientação religiosa. Muitos rabis representaram muitas linhas de pensamento e prática divergentes.
- Linhagem - As misturas étnicas ocorridas no norte de Israel contribuíram para a discriminação religiosa contra os samaritanos.
- Interpretação – Diferentes interpretações da lei conduziam a diferentes crenças.
- Tradição – Esta era o resultado de muitos elementos: interpretação, comentário da lei, influências estrangeiras (gregas, romanas e babilônicas).
- Política – Alguns judeus apoiavam Herodes e os romanos. Outros eram radicalmente contra tais dominadores.
- Helenismo – Os judeus se dividiam também quanto ao apoio ou combate à cultura grega que se expandia em todo o mundo. Tais costumes eram vistos como os que hoje chamamos de "mundanismo". Muitos judeus se deixavam levar, admirados com o pensamento grego e o sucesso de sua cultura.

DINASTIA HERODIANA (parcial)
As setas indicam filiação. O posicionamento dos quadros inferiores demonstra a sucessão no governo da Palestina.

Apresentamos apenas parcialmente a dinastia herodiana porque nos limitamos aos nomes mais próximos aos fatos do Novo Testamento. Nosso maior interesse é apresentar a sucessão política na Palestina, principalmente na Judéia. Herodes Magno, também conhecido com Herodes, o Grande, governava a Judéia quando Jesus nasceu. Herodes teve 10 mulheres e 15 filhos, ou mais. Citamos 7 deles: Antípatro II, Aristóbulo I, Alexandre, Filipe I, Filipe II, Arquelau e Antipas II. Herodes matou seus filhos Alexandre, Aristóbulo I e Antípatro II. Deserdou Filipe I, que era casado com Herodias, a qual veio a adulterar com Antipas II (Mc.6.17). Após a morte de Herodes Magno, seu reino foi dividido entre três de seus filhos: Arquelau recebeu a Judéia, Samaria e Iduméia. Antipas II passou a governar a Galiléia e a Peréia. Filipe II recebeu os territórios do nordeste: Ituréia, Tracomites, Gaulanites, Auranites e Batanéia.
Arquelau foi deposto pelos Romanos no ano 6 d.C.. A Judéia passou então a ser governada por procuradores romanos. Um desses procuradores foi Pôncio Pilatos (de 26 a 36 d.C.). Antipas II governou a Galiléia durante todo o ministério de Cristo. Foi ele quem mandou degolar João Batista. À sua presença Jesus foi encaminhado por Pilatos, já que este era procurador sobre a Judéia e foi-lhe dito que Cristo era galileu, sendo portanto da jurisdição de Antipas.
Agripa I, filho de Aristóbulo e, portanto, neto de Herodes Magno, foi o sucessor de Filipe II. Aos poucos foi herdando também os territórios dos outros tios. Recebeu de volta dos romanos a administração da Judéia e Samaria, tornando-se então rei de quase toda a Palestina. Foi ele quem mandou matar o apóstolo Tiago e morreu comido por vermes (At.12). Seu filho, Agripa II, foi seu sucessor. Seu território foi então ampliado por determinação do Imperador Cláudio e ainda mais por Nero. Foi perante Agripa II que Paulo se apresentou (At.25.23). Com a destruição de Jerusalém no ano 70, Agripa II mudou-se para Roma e lá esteve até o ano de sua morte (100 d.C.). Os membros da dinastia herodiana são muitas vezes mencionados no Novo Testamento. Todos eles possuíam o título de Herodes. Por esta razão, muitas vezes pode-se imaginar que as diversas passagens se referem à mesma pessoa, o que não é verdade. Pela observação dos quadros anteriores, pode-se identificar cada "Herodes" nas passagens bíblicas em que são citados.

IMPERADORES ROMANOS NO PERÍODO DO NOVO TESTAMENTO

César Augusto Otaviano - ano 27 a.C. a 14 d.C. - Nascimento de Jesus - Início do culto ao                                                                                   Imperador. (Lc.2.1)
Tibério Júlio César Augusto - 14 a 27 - Ministério e Morte de Jesus. (Lc.3.1).
Gaio Júlio César Germânico Calígula - 37 a 41 - Quis sua estátua no templo em Jerusalém. Morreu                                                                      antes que sua ordem fosse cumprida.
Tibério Cláudio César Augusto Germânico - 41 a 54 - Expulsou os judeus de Roma. (At.18.2).
Nero Cláudio César Augusto Germânico - 54 a 68 - Começa perseguição de Roma contra os                                                                           cristãos. Paulo e Pedro morrem (At. 25.10; 28.19).
Sérvio Galba César Augusto 68 - Cerco a Jerusalém.
Marcos Oto César Augusto - 69 – mantém o cerco a Jerusalém.
Aulus Vitélio Germânico Augusto - 69 - mantém o cerco a Jerusalém.
César Vespasiano Augusto - 69 a 79 – Tinha sido general de Nero. Coloca seu filho Tito como                                                              general. No ano 70, determina a destruição de Jerusalém.
Tito César Vespasiano Augusto - 79-81.
César Domiciano Augusto Germânico - 81 a 96 - Exigia ser chamado Senhor e Deus. Grande                                     perseguição. O apóstolo João ainda vivia durante o governo de Domiciano.


SEBEMGE - Seminário Batista do Estado de Minas Gerais
Parte 1 - Período Interbíblico e Evangelho de Mateus
Anísio Renato de Andrade - Bacharel em Teologia
Email: anisiora@mg.trt.gov.br    -   Home page: http://www.anisiora.cjb.net

3 comentários:

  1. Valeu Kia. Grato pelo comentário.

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  2. Parabéns Pastor! informações preciosas,sobretudo para nós estudantes de teologia.Que o Senhor continue te abençoando!!

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